quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

2010: ANO PARA ESQUECER A NÍVEL INTERNACIONAL

Mais uma vez a economia do mundo Ocidental dominou o ano que agora termina. Desde o Espaço Europeu, ao Reino Unido e aos Estados Unidos da América, Três das +rinciais economias mundiais foram foco de nova crise, acompanhadas de altos níveis de desemprego. Na UE, a começar pela Grécia, seguida da Irlanda, ambas com a intervenção da UE/FMI, provocando várias greves gerais e o aumento de manifestações e graves distúrbios, situação mais ou menos idêntica paira no nosso país, agravada pelos constantes assaltos provocados pelo aumento do juro da elevada dívida pública, que chegou a ultrapassar a insuportável e inédita taxa dos 7%; o Reino Unido, com um novo governo coligado, a partir de Maio, entre Conservadores e Liberais-Democratas, a adoptar severas medidas inéditas de contenção, com a redução de 15 a 23% dos serviços públicos, aumento do IVA de 17,5 para 20% e o das propinas do ensino superior no triplo, provocando várias e enormes manifestações estudantis, os EUA, ainda a lutar e a sofrer da periclitante situação económico-financeira, com o Presidente Obama a ser vítima de grave rombo eleitoral com a vitória dos Republicanos, a maior dos últimos 72 anos, reduzindo a maioria Democrática no Congresso e a quase eliminação no Senado, o que mais debilita a sua actuação a partir dos meados do próximo mês. Os Republicanos beneficiando do fenómeno ultra-conservador, auto-classificado de Tea Party, que de partido nada tem, mas que actua no seio do maior partido da oposição, viram a sua posição reforçada. Entretanto, segundo sondagens, o Congresso é humilhado com a percentagem de 13%, a mais baixa de sempre, por parte da aprovação do público. A complicar a já difícil situação geral, o volume das manifestações públicas foi notável. Além das já mencionadas, a França foi de novo cenário, seguidas de greves gerais, estas devido à redução da idade limite da reforma para 62 anos de idade.
As perturbações climatéricas, (às quais a Cimeira de Cancún, no México, realizada em meados deste mês, voltou a fechar os olhos a soluções cada vez mais urgentes), foram evidentes com cheias devastadoras, provocando deslizes de terreno tanto na Colômbia como no Brasil, causando enormes danos e ceifando milhares de vidas, principalmente no Paquistão, onde afectou 20 milhões de pessoas e, no Haiti, o tremor de terra, que destruindo a capital, Port au Prince, provocou mais de 230,000 mortes, (seguido, em Outubro, por forte surto de cólera), enquanto isso, na Islândia, a erupção de vulcões provocou a paralização aérea principalmente no espaço europeu; na Rússia e em Israel irromperam gigantescos incêndios; o Reino Unido foco de invulgares fortes nevões, com temperaturas de 23º negativos, paralizaram principalmente o norte do país, não escapando Londres, normalmente menos afectada, em queviu o maior nevão dos últimos 50 anos! Em termos ecológicos o desastre da plataforma de petróleo da BP no Golfo do México, além de 18 vítimas, provocou enormes danos ambientais com o governo americano a exigir compensações de dezenas de biliões de euros e, a nível religioso, a Igreja Católica não ficou incólume com o deflagrar do escândalo da pedofilia no seu seio. Todos estes gigantescos acontecimentos ensombraram as atenções mundiais. Neste enorme pano de fundo, embora a cessação quase total da ocupação americana do Iraque e finalmente o acordo inter-partidário para a formação de governo, continuaram as lutas e mortes sectárias; a guerra do Afeganistão, no seu 13ºano, continuou a dominar o cenário bélico mundial, com a demissão do Comandante General Stanley McCristal, acrescida de tensões nas duas Coreias com provocações da nuclear Norte, recrudescendo a velha inimizade entre a China e o Japão. A instabilidade terrorista, proliferou com os ataques de origem mussulmana tanto em atentados, alguns dos quais gorados ou evitados, como a auto-emolação de vítimas bombistas provocando inúmeras vítimas em vários pontos do Globo, mas principalmente no Paquistão, Uganda, bem como na Rússia, ali por acção de terroristas Chechenos. Em países mussulmanos, como na Nigéria, Egipto e Indonésia registaram-se grandes manifestações contra minorias cristãs, resultando várias mortes, principalmente na primeira e na última. No Médio Oriente continuaram as tensões entre Israel e Palestinianos, com a morte de um alto dirigente militar do Hamas num hotel do Dubai, atribuída às forças de segurança israelitas,e, mais uma vez, verificou-se a cessação da tentativa de conversações sobre a contínua anexação e construção de acampamentos judeus no território palestiniano, aumentando a tensão agravada pela morte de manifestantes, num navio turco, que procurava desafiar o boicote israelita a Gaza. No México, continuou o massacre de vítimas devido ao narcotráfico. A China, voltou a ser notícia na violação dos direitos universais, obrigando a Google a encerrar o seu site, naquele vasto e profícuo país, mas o maior escândalo foi o boicote total e protesto contra a atribuição do Prémio Nobel ao seu detido manifestante dos direitos humanos, Liu Xiaobo. Porém, as boas notícias do ano agora findo, foi o salvamento de 33 mineiros no Chile, após 69 dias de grande incerteza quanto ao seu futuro, a contrastar tanto com a China, Rússia, EUA, Nova Zelândia bem como na Turquia em que morreram dezenas de mineiros. No Brasil, depois de bem sucedidas eleições foi eleita a favorita do Presidente Lula, Dilma Rousseff e, na Birmânia, finalmente liberta Aung San Suu Kyi, após 20 anos de detenção domiciliária. E, se em futebol, à Península Ibérica foi negada a realização do Mundial de 2018, a favor de Rússia, a Espanha, depois do título europeu, sagrou-se campeã do mundo, na África do Sul. No domínio das novas tecnologias, a Apple ao lançar o seu novo IPAD revolucionou o mundo da publicação digital e bateu o predomínio mundial da Microsoft e, no vasto espaço cibernético, a WilkiLeaks provocou sensação ao revelar documentação militar e diplomática secreta americana, levando à detenção, e pedido de extradição para os EUA, do seu fundador Julian Assange.
NÃO OBSTANTE AS INCERTEZAS, FELIZ 2011, CHEIO DE SAÚDE E...TUDO DO MELHOR!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O NATAL NA LITERATURA E TEATRO INGLESES

Como um dos principais dias do ano, embora não apenas em termos religiosos, mas cada vez parte integrante e componente social, nomeadamente de reunião de família, no Reino Unido, o Natal é um dos períodos mais destacados do País. E, se o comércio começa a movimentar-se já em fins de Setembro, lembrando e aliciando a clientela, as ricas ornamentações iluminadas das ruas das cidades principais, geralmente inauguradas por figuras célebres, e, em Londres, a inauguração da tradicional e enorme Árvore de Natal, em Trafalgar Square, dádiva clássica da cidade de Oslo, na Noruega, a comemorar a gratidão daquele país ao Reino Unido pela solidariedade manifestada durante os negros dias da ocupação Nazi aquando da II Guerra Mundial, sempre ladeada de corais a entoar hinos natalícios, o Natal é prelúdio de festa – Festa de Família! Não surpreende que um dos escritores mais focados desta época, e aquele que mais e melhor interpretou a solenidade, mas acima de tudo, a solidariedade do Natal, seja Charles Dickens (1812-1870), no seu notável livro-poema, Christmas Carol. Por isso, e no domínio da literatura, a Charles Dickens deve-se a consagração de tão importante época festiva.

A história passa-se, em Londres, numa fria noite véspera de Natal. Com a personagem principal, Ebenezer Scrooge (cujo sobrenome, em Inglês, muito apropriadamente, significa Forreta), obviamente quer entre colegas, poucos amigos e reduzidos familiares, Scrooge, que mais devido à sua avareza amealha um fortuna, vive para si próprio, desdenhando dos menos favorecidos ou recusando esmola àqueles que ousam estender-lhe a mão! Porém, e nas vésperas de Natal, Scrooge é visitado por três espíritos que lhe lembram o seu passado, só e de forreta, alertando-o para algo nóvel, especialmente a bem-aventurança de benfazer, que finalmente reconhece e aceita, distribuindo a sua fortuna por aqueles que até ali tinha negado. Obviamente, o objectivo de Dickens é transmitir alegria e felicidade, contrastando aqueles que, pela sua maldade e avareza, vivem só para o seu dinheiro.

Como se sabe, até ao século XV a escassa literatura existente, em sua maioria limitada a iluminuras, radicava-se apenas aos conventos. Fora deles, durante a Idade Média, o Natal era celebrado pelos menestréis com os característicos hinos em homenagem aos pastores natalícios. Quem o assinalou foi o poeta Geoffrey Chaucer (1340-1400), que se referia aos minestréis a desempenhar papel importante tanto no palácio, como, e principalmente, nos adros das vilas e aldeias. Mas um dos mais antigos hinos impressos, “Christmasse Caroles”, iniciativa de Wynkin de Worde, em 1521, faz parte das preciosidades da Biblioteca Bodleian, de Oxford. Mais tarde, William Shakespeare não deixa de se referir às festividades de Natal, relacionando-as apenas a antigos e misterosos costumes e a duendos que desapareciam ao cantar do galo, nas vésperas de Natal! As festividades, porém, conheceram novo ímpeto durante os reinados de Isabel I (1533-1603)e de James II (1633-1701, tão mencionados pelos cronistas da época, nomeadamente Samuel Pepys (1633-1703). O Natal, porém, em termos populares, seria comemorado – e ainda o é!- em termos teatrais, nas célebres pantomimas, oriundas de pantomimus, da Roma antiga, em que os actores representavam, em mímica, personagens diferentes em curtas cenas baseadas na mitologia e folclore, envergando vistoso guarda roupa e o facto das personagens principais serem interpretadas por pessoas do sexo oposto e em que o elemento cómico desempenha parte dominante, a culminar na lição da vitória do bem contra o mal, sendo os papéis dos tiranos geralmente interpretados por figuras, normalmente caricatas, que mais ridículas se tornam pelo vestuário que envergam, mas sempre por actores ou actrizes muito famosos, que geralmente incitam a criançada a tomar parte.

A TODOS OS ESTIMADOS LEITORES E SUAS FAMÍLIAS, UM BOM E PACÍFICO NATAL!

domingo, 19 de dezembro de 2010

PARALIZADORES E INVULGARES NEVÕES

Os nevões que intensamente assolaram e continuam a fustigar a Grã-Bretanha (e como sabemos, igualmente se fizeram sentir no nosso país, principalmente no Norte!), os maiores dos últimos 50 anos, principalmente na Escócia, País de Gales, norte, centro e sudeste da Inglaterra, incluindo, o que é anormal, Londres. Só no sábado 18 deste mês, a capital britânica foi flagelada por imenso nevão, jamais observado nos meus 54 anos de vivência neste país, paralizando a cidade! Com início no final de Novembro e princípios de Dezembro, quando são mais previsíveis em Janeiro, a vaga de nevões prontifica várias e pertinentes questões. O frio, porém, com temperaturas abaixo de zero, prevaleceram também no sul da Inglaterra. Para matutinos como o Daily Telegraph, em parangonas de primeira página, perguntava-se: “Como é que a Grã-Bretanha resvalou outra vez para o cáos?”. Por outro lado, o colega Daily Express, exclamava “O maior frio dos últimos 100 anos!” As maiores queixas, porém surgiram de indivíduos, como um que trabalhou na Rússia durante sete anos: “Ali nunca tive problemas! Andava de comboio todos os dias para o emprego e nunca faltei. Por que não aqui?” Outros, compreensivelmente, indagaram: “Tivemos muita gente presa nas autoestradas durante horas a fio. Como é possível no século XXI?”




Com temperaturas de 23,5º negativos, especialmente na Escócia e, no vizinho condado de Northumberland, onde a neve atingiu 60cms de altura, embora dificilmente três das principais auto-estradas, M1 (de Londres à Escócia), M5 – centro e sudoeste - se mantivessem razoavelmente abertas, mas com longas filas de veículos e com os principais clubes automóvel, RAC e AA a afirmar que tiveram 2000 chamadas de socorro por hora!, movimentadíssimos aeroportos como o de Edimburgo (Escócia) e Gatwick, bem como parcialmente o de Heathrow, estes últimos a servir Londres, estiveram pelo menos quatros dias paralizados. E outros aeroportos da província também fehados. Muitos comboios deixaram de circular, incluindo o Eurostar que reduziu para metade o número de unidades e, no sudeste da Inglaterra, no condado de Kent, um expresso apanhado por um nevão obrigou os 200 passageiros a acocorarem-se nos seus lugares durante uma frígida noite. Mas não é a neve per se, que constituíu o maior problema. O pior foi a neve gelada e o gelo que se avolumavam nas rodovias que mais prejudicou a circulação! Como consequência, mais de 6500 escolas foram encerradas durante vários dias, num custo económico de prejuizos globais diários de 1,5 biliões de euros fora os enormes prejuízos na reparação do tecido rodoviário, mas acima de tudo os inconvenientes causados ao isolamento das populações, bem como o elevado número de motoristas que foram forçados a abandonar os veículos, como foi particularmente o caso de centenas na Escócia o que obrigou os imobilizados motoristas e passageiros a passar a noite nos seus automóveis ou camiões devido à altura e espessura da neve, tudo isto obriga ao exame profundo de um pais altamente impreparado, em relação aos países nórdicos, não obstante as lições não aprendidas dos nevões, embora menores, do ano passado! Não surpreende que uma situação destas esteja a desafiar o país inteiro na procura de uma solução adequada, quando os eficientes e sofisticados serviços meteorológicos nacionais já tinham feito sérios e antecipados alertas. Esta invulgar vaga de frio e neve, aliada às cada vez mais habituais, mas proporcionalmente incomuns cheias, em vários pontos do país, que ocorreram nos anos transactos, não só demonstram extraordinárias, mas frequentes e cada vez mais imprevisíveis variações climáticas, como, mas particularmente a fragilidade dos seres humanos e a sua impreparação a todas elas. Embora a maioria das residências, nomeadamente urbanas, disponham de aquecimento central, o maior problema continua a ser o da circulação rodoviária e ferroviária levando o país praticamente a paralizar. Por isso, câmaras das principais zonas urbanas das regiões mais afectadas, embora este ano se tenham precavido com maiores quantidades de sal, um dos importantes dissuasores contra a neve, e a única lição preventiva apreendida, o problema persiste, bem como as acusações, particularmente quando os camiões distribuidores foram insuficientes! A clássica aspiração do povo britânico de um Natal com neve, é este ano uma realidade, embora prejudique o Pai Natal na distribuição dos presentes, pois pelo menos prmanece em dúvida a entrega de quatro milhões de prendas devido ao mau tempo, especialmente na Escócia e no norte do país devido a intransitabilidade ds vias de comunicação. De salientar que o Reino Unido, geograficamente no mesmo paralelo de Moscovo, não sofre as habituais intempéries da capital russa. Desta vez, porém, não acontece! A razão deve-se ao facto do importante e benéfico Golfo do México, que atravessando o norte da Europa, termina nas proximidades da Escócia. Graças às suas correntes quentes permite um clima temperado, embora mais chuvoso que noutros pontos do Globo.

sábado, 11 de dezembro de 2010

O COBIÇADO E DOCE BOLO CHAMADO BskyB!

A News Corporation, conhecido grupo do magnate Rupert Murdoch, não desiste de adquirir o cobiçado bolo chamado BskyB quando não se contenta com apenas uma fatia de 31%, e em que este ano a BskyB anunciou lucros de 1 bilião e 200 milhões de euros e acaba de anunciar ter ultrapassado a casa dos 10 milhões de assinantes! O objectivo, é adquirir os restantes 59% e o controlo da companhia, fazendo dela um lucrativo monopólio.Têm sido várias as tentativas, mas continuamente resistidas! Embora a pretexto de concorrência, quando o grupo de Murdoch, News Corporation, controla uma enorme fatia dos principais e mais bem sucedidos títulos dos matutinos britânicos, como o The Times, The Sunday Times, The Sun e The News of The World, e, na televisão, canais terrestres, 25% do Canal Five e 21% da ITV, além, claro, de 31% da BskyB. Desde a intenção, há anos, em lançar-se na lucrativa TV terrestre britânica, com a aquisição total do Canal Five, que lhe foi negado, Rupert Murdoch, que conta com importantes aliados, como Margaret Thatcher e o Partido Conservador, quando igualmente contou com o apoio de Tony Blair, quando no governo, o que não consegue dominar é a forte oposição at large, tanto da BBC, do Channel Four, como de outros rivais impressos, o Daily Mail e o grupo dos títulos do The Guardian e do The Daily Telegaph, mas, acima de tudo, do influente cineasta e igualmente vice.presidente do Channel Four, Lorde Putman! E, com a aparente benesse do Primeiro-Ministro, David Cameron, foi esta sólida oposição que obrigou o governo a remeter a decisão, via Ministro do Comércio e da Indústria, o liberal-democrata Vince Cable, a delegar a nova tentativa de aquisição, para o grupo regulador independente, OFCOM, a quem compete a decisão final, salvo semelhante apoio da Comissão Europeia cuja decisão é esperada até finais deste mês. Recorde-se que os liberais-democratas, coligados no governo com os conservadores, opõe-se ao grupo de Rupert Murdoch. Não surpreende a recente reacção do magnate, quando tomava parte numa homenagem à antiga primeira-ministra, a actual Dama Margaret Thatcher, aliás então ausente no hospital devido a um forte ataque de gripe, em que acusou os seus detractores de “pequenos pensadores” e “tentar restringir o crescimento” (económico).

Quando a Sky Televison, estação de satélite, foi adquirida pelo Grupo de Rupert Murdoch, News Corporation, em 1983, e os programas lançados em Março de 1989, batendo a séria concorrente British Satellite Broadcasting (BSB), inaugurada em Abril de 1990, duvidava-se seriamente do seu sucesso. Primeiro pelo facto de ser uma nova tecnologia, dependente de novos receptores, cujo custo era ainda proibitivo. Segundo devido ao importante hábito do público na dependência das estações terrestres, cuja programação, em termos de recepção, não só atingia todo o país, mas particularmente a popularidade dos conteúdos quer da BBC quer da sua principal rival comercial, ITV. Porém, com a vantagem de um ano de avanço da Sky, mas, acima de tudo, devido às dificuldades técnicas enfrentadas pela BSB com os seus receptores, cuja tecnologia era completamente diferente da Sky, aliada a um excelente marketing, em que o Grupo de Murdoch é notável e comprovado no Reino Unido com jornais como o The Sun e News of the World, estava-se longe de, um ano depois, principalmente devido à direcção do até então desconhecido no Reino Unido, Sam Chisholm, cujo sucesso de 25 anos, na Austrália, à frente do Channel Nine, contemplara o sucesso da Sky, apenas um ano depois, obrigando a BSB a negociar a fusão com a Sky, em Novembro de 1990. Desde então, sem dúvida nenhuma, graças à acção de Chisholm, em 1992, a BskyB, atinge significativa margem de lucro – 180 milhões de euros, garantindo a cobertura dos jogos da então Primeira Liga, repetida, com enorme sucesso, no ano seguinte, mas com o prémio a dobrar! Com a aquisição da transmissão exclusiva tanto de jogos de criquete, de râguebi e de box, bem como de filmes acabados de estrear, a Sky tem se notavelmente imposto, adquirindo, igualmente canais noutros países, como é principalmente o caso da Itália. Com o aumento significativo de subscritores, faseados em vários escalões, dependendo dos pacotes de acesso, cujo preço mais elevado é de 60 euros mensais, com acesso a filmes, desporto e entretenimento, bem como a centenas de outros canais diferentes e pertencentes a outras companhias, nomeadamente a Disney, CNN, Discovery. National Geographic, etc. a Sky não tem limites! Não surpreende que esteja decidida a adquirir a totalidade do precioso bolo chmado BskyB, por 9.6 milhões de euros. Para isso, porém, tem que bater uma aguerrida e enorme oposição!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

OBAMA EM PERIGO, OU... SIMPLESMENTE UM SUSTO?

Como recentemente assinalava um conceituado comentador americano, na Time, Joe Klein, (Time, 27 de Setembro, pág. 19): “Há uma enormidade de contradições, que me leva a concluír que a noção de que uma América seja conservadora, moderada ou liberal não passa de mera ficção criada por aqueles, como nós, sentados no topo da Montanha da Opinião”. Joe Klein foi ao âmago da questão: o extraordinário poder e influência dos media na população norte-americana! Porém, não se deve descontar o FACTO REAL do CONSERVADORISMO do povo americano e da influência tradicional que nele tem o radicalismo EVANGÉLICO! Outro importante facto é a influência dos media e do financiamento das campanhas eleitorais, em que, quem mais dinheiro tem, maior sucesso pode contar à partida. Se a vitória de Barack Obama, há dois anos, independentemente da excelente preparação, foi invulgarmente bem financiada, particularmente para um candidadato pouco conhecido, em relação e contraste com Hillary Clinton, embora com um eleitorado predisposto à mudança depois da desastrosa governação de George W. Bush, o cenário repetiu-se nas recentes eleições intercalares para o Congresso e Senado americanos, que deram ao Partido Republicano a maior vitória dos últimos 72 anos, e a esmagadora maioria no Congresso, a obtenção de 10 postos de Governadores e a quase conquista do Senado! A ironia está no facto da vitória da Oposição não se ter ficado a dever a melhores propostas políticas, mas ao facto do invulgar apoio dado pelos media, e vastas somas gastas na campanha, garantias do sucesso do Movimento Tea Party (que de partido nada tem, apenas o nome que deriva do histórico acto de rebelião por parte de patriotas americanos contra o domínio colonialista do britânico Jorge III, em que, no porto de Boston, em 16 de Dezembro de 1773, lançaram ao mar 342 caixotes de chá, em protesto pelo aumento dos impostos do chá e do monopólio estrangulador da então colonial Companhia das Índias Ocidentais). A estes factores, acrescente-se um país revoltado pelas maiores contingências económicas dos últimos tempos, nomeadamene o elevado desemprego e a impossibilidade de pagar as hipotecas, bem como a perspectiva do país perder a sua posição de potência mundial!

Portanto, o que significa esta derrota para o Presidente Obama, que apenas há dois anos empolgou o seu país e o mundo inteiro ao ser levado em glória à Casa Branca, o primeiro presidente mestiço da História Americana? Comecemos por esclarecer que é normal o eleitorado americano e não só, votar em eleições intercalares contra administrações no Poder. Obama não está só! Aconteceu tanto ao popular Presidente F.D. Roosevelt em 1938, ao outro popularíssimo Ronald Reagan, em 1984, como ao respeitado Presidente Clinton, em 1994, sendo qualquer dos três reeleitos nas contendas seguintes. Desta vez, porém, não é só Obama que está em jogo! O partido Republicano, tem no seu seio, um novo movimento, radical e ultraconservador, a quem, aliás, deve a sua retumbante vitória – o Tea Party, ambos com objectivos não totalmente concordantes! Se à maioria republicana no congresso, com mais de 60 lugares, procurará impedir a passagem de leis estruturais que Barack Obama pretendia, como a Lei Climática, ou o prometido encerramento da prisão de Guantánamo, que obviamente não há possibilidade de sucesso e, possivelmente até, a não rectificação do Tratado START II, assinado entre Obama e o Presidente Russo, Alexander Medveded, que favorece a redução de ogivas e armas nucleares dos dois países, tudo vai tentar para minar a nova e já passada lei do Serviço Nacional de Saúde, procurando reduzir, o mais possível, os tentáculos do enorme Polvo Governamental, no seu ideário de MENOS GOVERNO; o Tea Party, embora com semelhante objectivo, procura ir mais longe: além da redução dos impostos e a redução de subsídios governamentais a empresas, clama agora pelo termo do banco nacional, Reserva Federal, bem como tentar impedir, o mais possível, quaisquer possibilidades de sucesso que permitam a reeleição de Obama em 2012. E, se por um lado, os Republicanos procurem paralizar, o mais possível, a acção do Governo, o que, aliás, em minoria, fizeram no ano findo, e, mais notavelmente, em 1994, com Newt Gingrich a liderar o Congresso, há que adoptar um estratagema menos visível de forma a evitar a antipatia do eleitorado que lhe pode ser prejudicial nas próximas eleições! Neste contexto, e embora o Presidente venha a optar por uma política de centro, e possivelmente de direita, num eleitorado manifestamente conservador, caso seja bem sucedido na economia, como está determinado, com a nova injecção de fundos no total de 840 biliões de euros, até Junho do ano que vem e, caso venha a gerir a sua governação nos próximos dois anos, com a sabedoria e eficácia que lhe foram conhecidas durante a campanha presidencial, à semelhança de Reagan e Clinton, não deixará de ser reeleito. Outra incógnita, é o ritmo ou sucesso do Tea Party, que poderá, ou não, caír de moda.