quinta-feira, 25 de março de 2010

PEDOFILIA - A NEGRA MANCHA DA IGREJA CATÓLICA

O mais completo, actualizado e inaceitável rol de Pedofilia na Igreja Católico-Romana

A semana passada, foi o início de uma das mais negras fases da História da Igreja Católica, catalogada por teólogos britânicos como “a maior crise depois da Reforma Luterana”. Se a Igreja Católica Irlandesa reacendeu o negro e problemático caso da pedofilia, com clamorosos apelos para a renúncia do Primaz daquele país, Cardeal Dr. Seán Brady, foi apenas a centelha da fogueira que viria a alastar-se em todo o Mundo Católico, atingindo igualmente o Vaticano! E, não obstante uma inédita Carta Pastoral do Sumo Pontífice, especificamente dirigida aos fieis e episcado irlandês, em que manifestava “vergonha, remorso e deshonra”, as vítimas, principalmente, não ficaram satisfeitas. Se algumas insistem num pedido de desculpa pessoal e presencial por parte do Papa, outras, como Andrew Madden diz não estar satisfeito sem que o Papa renuncie ao posto.

No tocante àquele país, o Chefe da Igreja Irlandesa, embora pedindo desculpa por não ter actuado devidamente no passado, resiste, e insiste, só abandonar o seu posto a pedido do Sumo Pontífice. O caso remonta à denúncia e processo judicial que lhe foi instaurado por uma das vítimas de pedofilia aquando o arcebispo, exercia o sacerdócio na dicocese de Kilmore (Sul do país). O então sacerdote é acusado, de envolvimento, em 1975, na ocultação e obrigação a manutenção do segredo das vítimas, um rapaz de 10 anos e uma menina de 14, pela violação do Frade Brendan Smyth, acusado de 74 violações sexuais de menores entre 1958 e 1993, e condenado a sete anos de prisão, onde morreu, aos 70 anos, em 1997. Surge, agora outro caso. Segundo a imprensa irlandesa do dia 18 passado, foi apresentado um novo processo judicial contra o bispo de Londonderry (Irlanda do Norte), Seamous Hegarty, acusado de ter ocultado e obrigado a segredo permanente, uma jovem, vítima de actos pedófilos, durante 10 anos, a partir de 1997, quando tinha apenas 8 anos de idade, por um sacerdote não mencionado, pela qual foi paga em acordo fora do tribunal, no ano 2000.

Os sensacionais Relatórios Ryan e Murphy

Estes novos episódios surgem depois da intensa controvérsia – e revolta – com a publicação de dois relatórios judiciais, no ano passado, o primeiro, Ryan, em Maio, sobre denúncias sexuais a menores, praticados por membros do clero, em escolas católicas do país, resultando em vastas compensações às vìtimas, surgiu outro, este muito pior, o Relatório Murphy, em 26 de Novembro. Este relatório, levado a cabo pela Comissão chefiada pelo Director do mesmo nome, composto por 700 páginas, foi baseado numa amostra de 46 dos 102 padres envolvidos que, segundo o jornal Irish Times, abrangiam 320 queixas, crianças de ambos os sexos, de várias idades, sendo a mais nova de 11 anos. Porém, a pior denúncia, foi feita ao conluio da Polícia Irlandesa, a Gardai, que insistiu ignorar os casos. Este inquérito suscitou do então Ministro da Justiça, Dermot Ahern, a reacção, por ele classificada de “perversão calculada e sistemática do poder e da confiança infligida em crianças indefesas e inocentes”, pelo que os seus perpretores seriam punidos. O processo envolveu o anterior cardeal, Desmond Connell, o bispo de Limerick, o promovido Dr Donald Murray, antigo auxiliar do bispo de Dublin e o arcebispo John Charles McQuaid, bem como Kevin McNamara, ambos já falecidos. Além destes, outros sacerdotes foram, igualmente, apontados, como o falecido James Kavanagh e o aposentado Dermot O'Mahony. Segundo o Jornal de Notícias (Sociedade) de 15 deste mês, citando o arcebispo Rino Fisichela, presidente da Academia Ponífício para a Vida, “o Papa está determinado a tomar novas medidas contra os padres pedófilos...”. E acrescenta a notícia, com base na mesma fonte, “Bento XVI não está, de forma alguma, paralisado ou fechado numa torre de marfim face à avalancha de casos de pedofilia que atinja a Igreja católica”.

A mancha alastra-se e cobre continentes

Se antes deste intolerável episódio o escândalo da mancha pedófila, na Igreja Católica, enegrecera já os Estados Unidos da América (vejam-se mais detalhes abaixo), que, segundo o The Economist (edição de 19/03/10), resultou no pagamento de 3 biliões de dólares de indemnizações às vítimas, é agora, também, a vez do Vaticano, passando por países como a própria Itália (número de casos ainda não concluído, mas, segundo o matutino Corriere della Sera, receia-se elevado). Porém, o semanário britânico, The Observer, de 13 do corrente noticia que segundo um rapaz, então de 15 anos, na década de 60, era forçado a recrutar crianças para serviços sexuais dos frades locais; Alemanha e Áustria (300 casos, mas vejam-se casos específicos abaixo), Países Baixos (350 vítimas) e a Suíça (vide o jornal O Público, de 15 do corrente, em que, segundo o abade Martin Werlen, em declarações ao diário Aargauer Zeitung, do cantão de Aargau,.”cerca de 60 pessoas comunicaram ter sido vítimas de abuso sexual por padres católicos na Suíça”). A estes países europeus, acrescente-se, o Brasil, em que este mês, três padres da cidade de Arapiraca, no estado de Alagoas, foram suspensos de funções por abusarem sexualmente de acólitos; no Canadá, em Outubro do ano passado o bispo Raymond Lahey, de Antigonish, na Nova Escócia, foi formalmente acusado pela posse e importação de pornografia infantil; no México , em Março de 2009, o Papa Bento XVI ordenou uma investigação à Legião de Cristo, fundada por um padre que se descobriu ser pedófilo. Em 2006, o então cardeal Ratzinger disse ao fundador, Marcial Maciel, para se retirar para uma vida de “oração e penitência”. Maciel morreu em 2008; na Austrália, em Julho de 2008, numa visita àquele país, o Papa pediu desculpas pelos crimes de abusos sexuais cometidos por padres, condenando-os e dizendo que deviam ser julgados. Nessa altura, sabia-se de 107 casos de abusos sexuais no seio da Igreja australiana e, no Reino Unido, em Julho de 2000, o cardeal de Westminster (Londres), Cormac Murphy-O'Connor, reconheceu ter cometido um erro, quando ocupava outro cargo, na década de 1980, por ter permitido a um padre pedófilo continuar a trabalhar. O padre foi preso em 1997, por ter abusado de nove rapazes durante cerca de 20 anos. Finalmente, e ainda em relação aos Estados Unidos, em Dezembro de 2002: o Cardeal de Boston, Bernard Law, demitiu-se depois de ser acusado de transferir padres pedófilos para outras paróquias, para encobrir escândalos. Junho de 2002: A Conferência Episcopal daquele país deu instruções às dioceses para que investigassem todos os crimes de abusos: Fevereiro de 2004: Investigadores independentes referiram que 10.667 pessoas acusaram os padres americanos de crimes de abusos sexuais cometidos entre 1950 e 2002. Mais de 17 por cento dos queixosos tinham irmãos alegadamente vítimas de abuso, e outros 47% admitiram ter sido violado várias vezes; Julho de 2007: A arquidiocese de Los Angeles aceitou pagar 660 milhões de dólares às vítimas de abusos sexuais desde os anos 1940, na maior indemnização de sempre deste tipo; Abril de 2008: O Papa Bento XVI encontrou-se, durante uma visita aos Estados Unidos, com as vítimas de abusos cometidos por padres. Como se referiu, a Igreja norte-americana pagou cerca de três biliões de dólares às vítimas desde que o escândalo rebentou em 1992. Entretanto, e para actualizar, é o New York Times, de 24 do corrente, a noticiar a acção do então cardeal Joseph Ratzinger e actual Papa Bento XVI que nada fez contra o sacerdote Lawrence Murphy, falecido em 1998, acusado de abusar de cerca de 200 jovens numa escola de incapacitados auriculares, entre 1950 e 1974. Segundo o mesmo jornal, em 1996, o então cardeal Ratzinger preferiu não responder a uma carta sobre tão importane assunto que lhe fora mandad pelo então arcebispo de Milwaukee, Rembert G. Weakland.

Península Ibérica

E aqui mais perto, Tanto a Espanha como Portugal? Segundo o matutino daquele país, El Mundo, de 16 do corrente, o sacerdote espanhol, José Ángel Arregui, detido no Chile desde 14 de Agosto do ano passado, foi julgado no dia 23 último e condenado a mais dois anos e meio de prisão, por tendência de pornografía infantil ao filmar abusos sexuais que cometeu contra, pelo menos quinze menores, entre 2002 e 2005 em escolas de Madrid. Sustenta o mesmo jornal que segundo a polícia chilena, o sacerdote teria entregue às autoridades “grande quantidade de discos compactos com fotografias dos supostos abusos.” Em relação ao nosso país, segundo a imprensa Portuguesa (nomeadamente Diário de Notícias – Nacional e Jornal de Notícias - Sociedade) de 18 do corrente, em que segundo um estudo feito para uma tese de doutoramento em neuropsicologia clínica, de Pedro Pombo, da Universidade da Beira Interior (UBI), apresentado na Universidade de Salamanca, revela ter a Polícia Judiciária (PJ), indiciado 10 sacerdotes entre 2003 e 2007 por abusos sexuais a menores. Porém, Pedro Pombo não deu pormenores sobre os casos, recolhidos apenas de estatísticas gerais dos arquivos da PJ, nem tão-pouco fazem parte da sua tese. Como resultado, afirmam aqueles matutinos, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), em comunicado, garantiu o "reforço da prevenção" e o empenhamento em "colaborar com as autoridades" na denúncia de casos de abusos sexuais por parte dos membros do clero e os bispos irão aproveitar a assembleia plenária de Abril para reflectir sobre este assunto”.

Admissão, mas quantos casos reais?

Oficialmente, segundo o Monsenhor Charles Scicluna, da Congregação para a Doutrina da Fé, em entrevista dada ao jornal da Conferência Episcopal Italiana, Avvenire, embora o número de casos de pedofilia cometidos por sacerdotes ou religiosos, que tenha chegado ao conhecimento do Vaticano, entre 2001 e 2010, pedofilia, segundo ele, considerada autêntica, isto é “atracção sexual por rapazes impúberes” atinja “cerca de 300”, revelou, no entanto, que durante o mesmo período registaram-se “cerca de 3000 acusações” por crimes cometidos durante os últimos 50 anos. O facto do escândalo atingir agora o Vaticano, refere-se ao tempo em que o Sumo Pontífice era Arcebispo de Munique. Num dos casos, em 2001, segundo o já citado The Economist, é-lhe atribuída, a assinatura de um documento em que parece “ordenar que os casos de abuso a menores sejam tratados em segredo, mas que segundo prelados não exclui punições legais”. No segundo, entre 1977 e 1982, terá, alegadamente, protegido o sacerdote pedófilo, Peter Hullermann, sob pretexto de terapia, que não foi desmascarado às autoridades competentes. Reinstalado no sacerdócio, noutra paróquia diferente, praticou, pelo menos, mais outro assalto pedófilo. Segundo o matuttino espanhol El Mundo do passado dia 17, este sacerdote foi expulso, mas não sem as suas críticas pela forma tardia da decisão. Salienta o mesmo matutino, citando o vice-presidente do Parlamento alemão, Wolfgang Thierse, católico militante, que “a credibilidade da Igreja está a ser afectada de forma muito grave" e pediu ao Papa "mais honradês e severidade tanto para consigo mesmo como para com a Igreja".

Mas há mais!

Além do caso referido anteriormente, sobre os 200 meninos surdos que foram violados no Estado de Nova Iorque, segundo o matutino francês Le Figaro (edição de 13 deste mês), o irmão do então Arcebispo Ratzinger, Monsenhor Georg Ratzinger, aquando responsável pelo Coral alemão, Domspatzen (conhecida por Catedral dos Pardais), em Ragensburg, entre 1964 e 1994, alguns dos seus membros foram igualmente vítimas. Numa entreivsta dada à revista alemã, Der Spiegel, o antigo rapaz do coro, Thomas Mayer, afirmou ter sido várias vezes violado por rapazes mais velhos daquela instituição, aquando Georg Ratzinger era responsável. Mas segundo a Agence France Press (13 do corrente), Ratzinger, actualmente de 86 anos de idade, afirmou que os alegados abusos sexuais entre as décadas de 1950 e 1960 “nunca foram discutidos”. Continua o Le Figaro, citando, o porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, o Papa desconhecia qualquer destes acontecimentos. Remetendo o caso para o vigário-geral da época, Gerhard Gruber, que assumiu “a inteira responsabilidade” do caso, que envolveu o sacerdote de uma paróquia vizinha de Munique que havia sido condenado em 1986, por abusos sexuais praticados a menores. A imprensa alemã, porém, sustenta o Le Figaro, baseando-se no jornal berlinense Tagesspiegel “o Papa sabia que este sacerdote retomara as suas funções” no seio do seu arcebispado.

Entretanto, surgem notícias de que Bento XVI aceitou, finalmente, a renúncia do bispo irlandés John Magee, de 73 anos, secretário particular do seu antecessor, João Paulo II. Obviamente o bode expiatório, pois tendo apresentado a sua renúncia há um ano, depois de ter sido interrogado pela Polícia Irlandesa Gardai, só agora foi aceite. Este episódio, segue-se à demissão do bispo de Limerick, Brendam Murray, em Dezembro passado.

Face a esta enorme tragédia, qual a resposta do Vaticano e do Chefe da Igreja Católica? Como afirmam particularmente as vítimas, tanto irlandesas como outras autoridades da Igreja Católica Alemã – a única forma de sanar tão nefasta prática é a demissão do próprio BENTO XVI. E porque? Primeiro, como foi mencionado anteriormente e citado pelo semanário The Economist, ao então Arcebispo Ratzinger se deve a assinatura do documento relativo ao secretismo da Igreja nos casos de pedofilia; segundo, pelo facto do actual Papa ter sido, durante 20 anos, responsável do departamento denominado Congregação para a Doutrina da Fé, pelo que deve assumir TODA A RESPONSABILIDADE, COM A MESMA SEVERIDADE E ENERGIA QUE DEMONSTROU CONTRA A IGREJA LATINO-AMERICANA e particularmente o sector Brasileiro liderado pelo então bispo Leonardo Boff.
Lamento afirmar QUE TENHO SÉRIAS DÚVIDAS QUE O VENHA A FAZER.

quinta-feira, 18 de março de 2010

ESTE NOSSO, MAS DESCONHECIDO E MARAVILHOSO MUNDO!

ESTE NOSSO, MAS DESCONHECIDO E MARAVILHOSO MUNDO!


Segundo a organização das Nações Unidas (ONU), 2010 é o ANO DA BIODIVERSIDADE. Embora nele já bem entrados, não é tarde para nos integrarmos numa Justificadíssima Homenagem! E porquê? Segundo esta vetusta Organização , trata-se de “celebrar a vida na Terra e o valor da biodiversidade nas nossas vidas”. Por isso, “o mundo é convidado a agir, em 2010, a fim de [avaliar e]salvaguardar a variedade dessa vida na Terra – a biodiversidade”. Honroso convite, ou melhor, urgente APELO ao DEVER de todos nós! Desde o final do mês passado nomeadamente a partir da Indonésia, da Europa, África, América do Norte e América Latina, Austrália, até ao Japão, vasto programa de conferências sobre tão importante tema têm estado, e estarão em curso.

Por que o ano, e o que é BIODIVERSIDADE? Trata-se de uma parte integral da natureza e da vida. Sem ela, não poderíamos existir pois a ela estamos ligados. Dela fazemos parte, devido à enorme variedade de outros animais e plantas, locais onde vivem e o seu meio ambiente. Dela dependemos, não só em termos de alimentação como de medicina e de outros predicados essenciais à vida. Pelo que, sem ela, não existiríamos. Não obstante essa realidade, a maior tragédia, porém, é que esse extraordinário tesouro está a desaparecer aceleradamente devido à... actividade humana! Além de nos empobrecer, incapacita, igualmnte, a habilidade dos sistemas vivos dos quais dependemos, particularmente à contínua ameaça, como é caso das alterações climáticas. Vejamos mais de perto, e mais concretamente, esse enorme e extraordinário MUNDO, em sua maioria invisível. Segundo o cientista galardoado, Edwatd O. Wilson, Director de Entomologia do Museu de Zoologia Comparativa da Universidade americana de Harvard, num artigo publicado em National Geographic - Edição em Inglês (Fevereiro de 2010, pág. 70), “quando se enterre uma enxada no solo ou se parta um bocado de coral, é-se como um deus, despedaçando um mundo inteiro”! Isto porque, num ou noutro caso, está-se a penetrar na MICROSCÓPICA BIODIVERSIDADE. No caso do solo, de um simples quintal, para não se falar dos imensos campos, ao enterrar-se a enxada ou a pá, desterra-se um MUNDO, um mundo maravilhoso de SERES VIVOS, muitos deles ainda por catalogar! Nesse, seja ele pequeno punhado, ou até um centímetro cúbico de terra, encontram-se milhares de seres, bactéria e micro-organismos, uns a tentar libertar-se, outros a procurar refúgio nos grãos desse solo que, afinal, são o CORAÇÃO da terra! Esse habitat, afinal, não é apenas o sujo húmus ou entulho, que quanto mais profundo mais diferente é! É, antes, UM HABITAT VIVO, como são os musgos ou outros fungos, dentre os quais, só nos últimos anos, novos e apenas 60 mil foram descobertos e catalogados de uma quantidade que os cientistas calculam em mais de milhão e meio actualmente existentes! Compreende-se o interesse particular dos cientistas em estudarem o solo, nomeamene a biologia, o que constitui uma das novas e importantes áreas científicas particularmente quando está a ser facilitada pela decodificação do ADN. Caso esta VIDA desaparecesse, todo o ambiente alterar-se-ia radicalmente! É nesse ciclo de vida, e nas suas reacções químicas, que tudo o que chamamos vida depende. Vida está também na seca folha que cai da vetusta árvore, que alimenta insectos, que por sua vez são alimento de outros. Tudo isto, como sabemos, é conhecido por fotosíntese, sem a qual, nesse ciclo harmonioso, a biosfera, essa fina membrana, exclusiva do nosso Planeta, de que, igualmente, dependemos, e sem a qual não existiríamos. Nela, tal como nós, proliferam milhões de insectos, nomeadamente as vulgares formigas, que embora tão conhecidas, 12 mil espécies diferentes, calcula-se que o número actual atinja o dobro ou o triplo! Como diz a notável canção do falecido famoso cançonetista-trompetista, Duque Wellington, WHAT A WONDERFUL WORLD! (Que Mundo Maravilhoso!)

quinta-feira, 11 de março de 2010

O Verdadeiro VAN GOGH

O artista Vincent Van Gogh é, de novo, notícia: descoberta de nova e rara pintura, há pouco tempo, de sua autoria, num museu do Centro da Holanda em que retrata o moinho Le Blute-Fin, de Paris, como é foco de nova, rara e importante exposição em Londres. Através da sua correspondência, em que se baseia a Mostra, THE REAL VAN GOGH – The artist and His Letters, (O VERDADEIRO VAN GOGH – O artista e a sua correspondência), Na Royal Academy of Arts – Academia Real das Artes (RAA), o amante da Arte tem uma exposição imperdível. Este artista, que extensiva e apaixonadamente escreveu sobre a sua arte e as suas obras, 35 belas e laboriosamente ilustradas cartas, raramente exibidas em público, encontram-se acompanhada por inúmeras e famosos quadros, 65, e 30 desenhos. Cronologicamente expostos, desde os tenros anos da sua sede de artista, na terra natal de Nuenen (sul da Holanda), onde o pai, pastor Protestante, desempenhava as suas funções, e em que o pequeno Vincent “bebia” os versículos da Bíblia, o visitante, através das suas epístolas, ao aperceber-se de que a arte é a sua consumida ambição, DESCOBRE, FINALMENTE, O VERDADEIRO GÉNIO!



Na sua intensa necessidade de comunicar, nas suas missivas, Van Gogh (1853-1890) revelava o seu rico e multifacetado universo: intelectual, artístico, ético, filosófico, vasto conhecimento de arte, literatura, mas sobretudo o seu enorme amor pela natureza. Em suma – o VERDADEIRO VAN GOGH, destituído do falso mito que até aqui o envolvia! Graças ao seu progenitor, o irmão mais novo Theo (1857-1891), importante negociante de arte, que o incentivou, aconselhou e financiou, e a quem a maioria das cartas são dirigidas, bem como à irmã Willemien, e a outros amigos, Vincent encontrou a verdadeira e genial vocação, em 1880, quanto tinha apenas 27 anos de idade.




Apaixonado, fascinado pela natureza, foi ela que o arrebatou e que consagrou o seu génio. Como necessitasse de explanação, a sua carta 252, revela que: “o dever do pintor é estudar, em profundidade, a natureza. Usar a inteligência e, através das suas emoções, impregná-las no seu trabalho, a fim de torná-lo o mais compreensível possível ao apreciador”. Natureza! A ela se renderia, qual escravo voluntário, desde os primórdios da sua intensa actividade artística. Não sem algumas distrações de percurso, como os anos passados na Inglaterra, em representação da firma de obras de arte, Goupil's para onde foi transferido entre 1873-74, e a onde regressou em 1876, em que ao absorver a literatura inglesa, “beber” Shakespeare e Dickens, em Londres, adoptou o ensino em Ramsgate, e até pregou em púlpitos de Isleworth (na agora Grande Londres).

Sem estudos formais de pintura ou experiência profissional ou amadora, compensou-o tanto no aprendizado de línguas, como o Alemão, Francês e Inglês, além, claro, da língua materna, o Flamengo, embrenhando-se na arte japonesa que tanto também o viria a influenciar, bebendo as instruções dos manuais enviados pelo irmão Theo, observava os camponeses na vizinha Etten, cuja actividade e movimentos no campo procurava reproduzir na tela. Inicialmente difícil, pois reconhecia o desafio da arte por ele encetada, na carta 214, de “plena bruxaria ou pura coincidência”. Sem desvanecimentos, persistindo no simples desenho a lápis ou giz, para ele “a raíz de tudo” (carta 349); a partir do Semeador, Camponesa a Semear Batatas, e Camponesa a Semear Beterraba, Salgueiro Pollard ou Casita em Brabant, o seu inegável talento desabrocharia no controverso quadro, também a preto e branco, Comedores de Batata, e embora ainda longe de Paris, seria na capital francesa, influenciado pelos Impressionistas e pela abundante literatura, bem como contactos directos com alguns dos principais romancistas da época, reflectido no seu quadro Romances Parisienses, que encontraria a pujante cor em que se notabilizaria, particularmente nos amarelos e encarnados ou vivos laranja, em Fevereiro de 1886, em que efusiamente se banhou, e que finalmente o consagraria, dois anos depois, em Arles, Provence, no sul do País e de onde sairíam obras notáveis. Em Arles, bem como na vizinha Saint-Remy-de-Provence, porém, depois de uma ansiada mas curta e violenta vivência com o seu admirador-artista, Paul Gauguin (1848-1903), frenético período, por ele classificado do “pouquíssimo do muito que aspirava fazer” (carta 777), onde foram produzidas algumas das suas mais notáveis obras. Seria ali, também, onde teria o seu primeiro ataque de depressão e onde ficaria internado, em Maio de 1889, na clínica Saint-Paul-de-Mausole, e durante um ano, sofreria vários ataques mentais que embora interrompendo a sua ânsia de pintar, conseguiria, contudo, magníficos trabalhos.(*) Desconsolado, depois da alta, em Maio de 1890, decidiu transferir-se para o norte, Auvers-sur-Oise, pequena cidade a 30km nordeste de Paris, onde conhece o médico e artista amador, Dr Paul Gachet, com quem estabelece amizade e que eternizou no seu retrato. Ali, nos últimos 70 dias da sua curta vida, Van Gogh encontrou inspiração no “saudável e reconfortante” cenário local (carta 898), de onde, freneticamente, saíriam mais de 70 notáveis obras traduzidas no branco, azul, violeta e verdes suaves trabalhados em rico e variado pincel. Não obstante a pujante e revigorante nova natureza de Auvers, estes atributos não o impediram de enfrentar a morte, a 29 de Julho de 1899, encurtando tão notável talento que o Mundo Inteiro passaria a admirar, para sempre, em obras como as cadeiras, sua e de Gauguin, estas, talvez, a reflectir o profundo vazio da sua solidão; auto-retrato; retratos da família Roulin, e os admiráveis cenários dos campos e dos girassóis que tanto admirava, mas que não o conseguiram arrebatar da prematura e inesperada morte!

(*) Teria sido nesta fase, que segundo a teoria do especialista de arte e comentador de Van Gogh, Martin Bailey, que o pintor teria cortado a sua orelha. A razão, como afirmou, no número de Janeiro passado, Art Newspaper, Van Gogh ao receber a carta do irmão Theo, em que lhe revelava ir casar-se, pensando que deixaria de contar tanto com o apoio moral, mas especialmente financeiro, preocupado e revoltado cometeu tão tresloucado acto.

sexta-feira, 5 de março de 2010

A NOVA AMEAÇA TERRORISTA

O terrorismo mundial, como se sabe, tem estado principalmente associado ao Islamismo Fundamentalista, e à al-Qaeda em particular. Surge, porém, uma nova ameaça, muito mais sofisticada como a que está a ser revelada pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, sigla inglesa), com sede em Londres. Esta mui internacionalmente respeitável e notável instituição, anunciou recentemente que está a surgir o conflito inter-estados, caracterizado pela utilização das chamadas técnicas assimétricas, das quais se salienta a guerra cibernética. Isto significa que a guerra convencional ou nuclear podem ser coisas do passado! Segundo o Director da IISS, Dr. John Chapman, “em relação à problemática da guerra cibernética, estamos actualmente na mesma fase intelectual à que nos encontrámos, nos anos 50, em relação à possibilidade de uma guerra nuclear”. Esta nova ameaça, à base, como o nome indica, da tecnologia informática, embora não totalmente dissecada em pormenor pelos peritos, os seus efeitos, em potencial, preocupam governos, nomeadamente o dos Estados Unidos da América (EUA). Em potencial, trata-se de uma ameaça, em termos práticos, não só aos sistemas informáticos de infra-estruturas como gás, electricidade, rede telefónica, etc. como às transacções financeiras ou outros meios que os possa incapacitar. Mas, pior ainda, interferir ou anular a integridade dos dados militares de um país.

Esta séria ameaça prontifica a NSA (Agência de Segurança Nacional), a principal entidade de segurança dos EUA, não só a ocupar-se dedicadamente à investigação do problema, como, recentemente, ultimar um pacto com Google, com o objectivo de defender a Agência de ciber-ataques levados a cabo por companhias ou governos estrangeiros. A Agência denunciou, recentemente, um alegado ataque por parte da China e, segundo outros peritos, outro à Coreia do Sul. Efectivamente a China é a principal suspeita, nomeadamente nos ataques à Google, como anunciava o Financial Times de 22 do mês passado, em que apontava como réus duas instituições académicas, Universidade Jiaotong de Xangai e Escola Vocacional de Lanxiang, ambas ligadas aos militares. Registaram-se igualmente, “ataques”, embora não de grande envergadura, e de origem ainda não identificada, aos sistemas informáticos de defesa da França, Alemanha e do Reino Unido. Outro alerta, foi dado há pouco tempo, pela sociedade informática NatWitness, que afirmou a existência de um ataque em grande escala, a 75 mil computadores em 196 países, incluindo Portugal (700) e, nomeadamente nos Estados Unidos, México, Arábia Saudita, Egipto e Turquia, principalmente a instituições estatais, empresas dos sectores bancário, tecnológico ou energético, ou ainda estabelecimentos de ensino. Como afirma outro especialista desta matéria, James A. Lewis, do Centro Internacional de Estudos Estratégicos (CSIS, sigla inglesa), embora os ataques conhecidos, particularmente de maior dimensâo, sejam de origem anónima, uma vez que a possibilidade de identificação é facilmente ocultada, a utilização dos chamados “botnets”, complicam ainda mais a atribuição da origem. Adianta ainda este perito que estudos adequados poderão ser bem sucedidos em revelar a origem desses ataques. Mesmo assim, persite o problema do nível de sofisticação do atacante ou atacantes, que poderá (ão) actuar clandestinamente. Para isso cita outro virus, o “Conflickr”, de natureza global, ao qual se deve a infecção de milhões de computadores e cuja origem está por identificar ou, pior, se estará ainda activo.

Porém, persistem outros problemas, apontados por John Chapman, que prometeu enfrentá-los com programas de investigação de mesas de trabalho a efectuar durante este ano pla sua organização, com o objectivo de, como definiu, “elaborar programas de arquitectura intelectual a fim de compreender este problema da guerra cibernética”. Dentre os principais, salientou: reconhecer a natureza do ataque; qual a defesa legítima; qual a doutrina aplicável a fim de se evitar o risco de ataques; haverá um método militar conhecido com o qual se possam evitar? E qual a lei internacional a aplicar a fim de regulamentar o risco?