quinta-feira, 28 de março de 2013

A MISTERIOSA CAHOKIA

CAHOKIA, cujo significado original é Ganso Bravo, é atualmente um dos maiores centros arqueológicos americanos, e um dos mais antigos centros habitacionais dos primitivos habitantes americanos. Compreensivelmente, a despertar o interesse mundial sobre a sua origem e história, penetremos no seu profundo mistério, à semelhança das Civilizações Inca e Maia, particularmente em relação ao seu desaparecimento. Classificada pela UNESCO de Património Mundial, em 1982, foi ali que o famoso chefe índio, Pontiac, encontrou a morte, a 20 de abril de 1769. Originalmente situada nas margens superiores do Rio Mississípi, frente ao Estado de Missouri (St. Louis) e, mais precisamente no sudoeste do atual Estado de Illinois, do qual a famosa Chicago é hoje símbolo, o acampamento original de Cahokia ocupava a superfície de 13km2. Porém, na mais vasta região do atual Estado de Illinois, predominavam várias tribos, qualquer delas da origem Algonquian. Enquanto a norte dominavam os Kickapoo, Sac, e Fox, na zona do Lago Michigan predominavam os Potawatomi, Ottawa e Ojibwa (Chippewa), os Kkaskaska, Illinois e Peoria habitavam as planícies centrais e, a sul, os Cahokia e Tamaroa. Centro vibrante, muito antes da chegada de Colombo, a sua origem remonta ao ano 8000AC, florescendo até a 1350AD com a população de 20,000 habitantes. Tido como o mais vasto centro pré-histórico da América, a norte do México, foi também considerado como centro da cultura do Médio Mississípi, essa vasta região agrícola, que a beneficiar das águas do extenso e poderoso rio, abrange doze Estados, incluindo, parcialmente, mais três. Por iniciativa de missionários do Quebeque, o nome de Cahokia, foi, mais tarde, ressuscitado. Situada a norte desta vasta região, no século XVII, assumiu o nome atual, tornando-se, igualmente, no primeiro e influente posto colonial europeu do novo continente, inicialmente habitado por colonos franceses. Capturada por George Rogers Clark para os americanos, em 4 de julho de 1778, dois anos depois deu lugar ao Condado de St. Clair, de que se destaca a construção da Mansão Jarrot, completa em 1810 e reconhecida em 2001 como monumento nacional. A nordeste da cidade, nas proximidades de Collinsville, situa-se a zona em que se encontravam os resquícios da civilização da Cahokia original, por meio de enormes e vastos montículos artificiais, que no período áureo totalizaram 120, o maior dos quais da altura de um prédio de 12 andares, com 660,000m3 de volume de terreno! Gradualmente demolidos, ação correspondente ao sentimento nacional anti índio, e transformados em terrenos agrícolas, atualmente resta apenas um, compreensivelmente atração de cada vez maior número de turistas. Porém, segundo estudos provenientes das escavações em curso, a Cahokia original, foi notável centro comunitário, definida por zonas administrativas e cerimoniais, em que predominavam complexos de elite, bairros residenciais e até periféricos, todos a obedecer a uma orientação cardeal precisa. Dominada por uma enorme praça central, com cerca de 16 hectares, incluindo o montículo na forma de pirâmide, designado Montículo dos Monges, a celebrar os religiosas que habitavam à sua sombra, foi construído entre 900 e 1200. As escavações igualmente revelaram o martírio de seres humanos e que a cidade exercia relações comerciais com povos distantes, nomeadamente do .Golfo do México, a sul e da Cordilheira dos Apalaches, a leste. Civilização avançada como esta desafia a noção dos Europeus. O seu desenvolvimento, obviamente levanta profundas questões, qualquer delas ainda sem resposta. Sem evidência da existência de escrita ou documentos que possam conduzir a uma pista, o mistério adensa-se. Foi Cahokia um Império, como as civilizações da Mesoamérica, a sudeste? Uma pertinente pergunta. Um desafio! Fontes: Agradecimento a National Geographic (edição em inglês), Janeiro de 2011, pág. 126

sexta-feira, 15 de março de 2013

CRISES

Muito se tem comentado, e continuará a comentar-se sobre CRISE. Esta no singular, particularmente em relação ao nosso país e à Europa. A ela, adiciono uma outra e, neste caso, CRISES, no plural. Refiro-me, em particular à outra crise: a da Igreja Católico-Romana. E aqui não considero apenas a eventual decisão que teria levado à renúncia de Bento XVI, atualmente caso de grande especulação e até revolta, como foi o caso do sacerdote italiano,Andrea Maggi, de Liguria (no litoral noroeste da Itália), que rasgando a foto de Bento XVI o associou ao comandante do naufragado Costa Concordia, em Giglio, levando a Igreja contra as rochas. Mas à que alastra, em relação a uma boa parte do comportamento do clero, particularmente o superior. Por isso, além da crise da Europa, em que a sede da Curia Romana se insere, temos a crise da própria Igreja Católico-Romana, e, portanto, CRISES. Em relação à última, enquanto a falta de transparência, as acusações de intrigas, lutas de proveito próprio e de senioridade na hierarquia da Curia, assunto que o ex-mordomo de Bento XVI justifica em ter sonegado para revelar e denunciar, assim como alegada a noticiada lavagem de dinheiro pelo banco do Vaticano, isto a nível interno; no exterior, depois do inaceitável escândalo de pedofilia cometido por membros do clero que lavrou desde os Estados Unidos, à Europa (envolvendo vários países), notabilizando-se particularmente na República da Irlanda, rebentou também há poucas semanas na Escócia, que justificadamente levou à demissão do Cardeal Keith O’Brien. Sobre a falta de transparência, particularmente em relação à razão e timing da renúncia de Bento XVI, debruçou-se, recentemente, e muito bem, o conhecido cronista do Diário de Notícias, Ferreira Fernandes (DN 05/03/13, ‘Cum clave’ ‘Ma non troppo’). No seu bem conhecido estilo, este jornalista cita a insistência na procura da verdade por duas destacadas figuras eclesiásticas católico-romanas,, os cardeais D. Geraldo Majella Aguelo, de Salvador da Baía (Brasil) e D. Wilfred Napier de Durban (África do Sul). Segundo Ferreira Fernandes, sustentam ambos que, existindo o tal relatório alegadamente apresentado a Bento XVI e que o teria levado à renúncia, obviamente QUEREM – e DEVEM - SABER O SEU CONTEÚDO. E se estas altas instâncias da hierarquia católica publicamente se pronunciam, o que dirá o bilião ou mais de fiéis em todo o mundo? Aceitar, ou melhor, engolir, o que se lhe dita como credo ou alegada presunção de fé? Além disso, que dizer do escândalo da pedofilia? Certos, igualmente membros da alta hierarquia católica, perante tal crise desculpam-na afirmando ser o clero humano, e consequentemente sujeito a inerentes erros pelo que devem ser desculpados. Perante tal situação a conhecida afirmação “Faz o que digo e não o que faço”, é descaradamente invocada por quem não quer reconhecer nem o voto sacerdotal, mas pior, a CONFIANÇA que neles é depositada pelos fiéis, quando é notória – e GRAVE – a evidência. Muitos há, incluindo-me eu próprio, que procurando melhor obedecer e servir Deus, se dececionaram pelos atos daqueles que dizem oficialmente servi-lo. Obviamente não me refiro à maioria, cujo exemplo, por ser notável, aplaudo. Porém, quando o comportamento, altamente condenável, vem do topo, está-se perante uma ENORME CRISE. E, se recorrermos à História, embora haja atos que devem ser interpretados no seu próprio contexto, crises, ou melhor, TRAGÉDIAS de alegada Fé como as Cruzadas e, dentre estas, a que dizimou os Albigenses do sudoeste da França, os exemplos são miríade, a contrastar com a pureza dos Evangelhos, assim como de Cristo. Não sou ateu, mas olhando para o exemplo e prática de certos religiosos, prefiro não ser adepto de nenhuma religião, procurando a máxima que se sempre me orientou na vida – servir a sociedade e o ser humano que responsavelmente se integram na sociedade de que fazemos parte. E, voltando à crise europeia, mas particularmente no contexto da eleição de um novo Papa, quão errados estão aqueles que advogam a continuidade de um Sumo Pontífice europeu, como é o caso de outro conhecido comentador do mesmo matutino, Vasco Graça Moura, na sua crónica de 06/03/13, intitulada ‘A Europa e o Papa’. Com a eleição de um cardeal argentino, o que aconteceu pela primeira vez também proveniente da América Latina, agora Papa Francisco I, pergunto: Com uma Europa e a Igreja Católica em crise, que mal houve eleger-se um Papa com a experiência e visão de qualquer outro continente, capaz, como se deseja, de debelar a Crise? Devido à enorme responsabilidade e à consequente necessidade de reforma, NELE RECAI UMA ENORME RESPONSABILIDADE. PORTANTO, ESTA, A OPORTUNIDADE IDEAL. OXALÁ QUE NÃO SE PERCA!

sexta-feira, 1 de março de 2013

O BENFAZEJO (?) SOL

Diz a Ciência que do Sol depende toda a vida, animal e vegetal. Particularmente para nós, Portugueses, esse tão familiar astro, tão procurado e benfazejo nas praias, mas cada vez mais conscientes dos seus perniciosos efeitos, graças às crescentes descobertas científicas, é mais perigoso do que os nossos antepassados - e muitos de nós - pensavam. O mistério adensa-se, especialmente quando cientistas como Karel Schrijver, do Laboratório de Astrofísica Solar Lockheed Martin, de Palo Alto, Califórnia, afirma que “não podemos prever o que o sol poderá fazer em mais do que escassos dias”. Compreende-se o seu lamento, o pior que pode haver para um investigador. Na sua tentativa em procurar saber e “compreender em como o tempo espacial se reflete na sociedade, assim como os seus perniciosos efeitos”, os cientistas baseiam-se, apenas naqueles que já são conhecidos e nos que poderiam resultar numa catástrofe de enormes proporções, como a que foi calculada pela Academia Nacional [Americana] de Ciência. em que uma tempestade solar pode gerar consequências vinte vezes mais que o Furacão Katrina, que devastou o litoral sul da América em 2005, e que, em termos económicos, atingiu ou até ultrapassou, 2,5 mil milhões de euros. Daí a corrida científica para melhor se compreender e evitar os espetaculares danos do “vizinho” Sol, mas situado a 149,6 milhões de km de distância! São vários os efeitos já conhecidos, embora ultramilionesimamente inofensivos. Em 1958, 100 aviões, na rota entre os Estados Unidos da América e a Europa perderam o contacto radiofónico com os postos terrestres; em 1972, um transformador, situado no Estado de British Columbia, no Canadá, explodiu. O pior, aconteceu no estado de Quebeque, no mesmo país, em 13 de março de 1989, em que todo o sistema elétrico foi neutralizado, deixando completamente aquele Estado às escuras, provocando centenas de milhões de euros de prejuízo. Outros, de menor dimensão, afetaram satélites, provocando o seu desvio de rota, e, finalmente queda, o que aconteceu em 2000 e, em 2003, além de outro apagamento do sistema elétrico sueco que afetou, igualmente, a comunicação do tráfego aéreo. Porém, a pior tempestade solar, embora sem consequências de maior no nosso planeta, foi observada pelo jovem britânico, Richard Carrington, em 1 de setembro de 1859. Face a uma tempestade destas dimensões, o grande mistério está no facto de não ter tido consequências que poderiam ser inimagináveis na Terra. Para melhor se compreender a razão destas potentes tempestades há que analisar a matéria solar. O Sol, contrariamente ao que se pode supor não é sólido, nem líquido, e, muito menos, gasoso. É composto por plasma, também chamada de “quarto estado da matéria”, resultante dos átomos, quando reduzidos a simples protons e eletrons. As partículas, semelhantes a medusas luminosas, qual mundo dinâmico maravilhoso, explodem, entrelaçando-se e deslizando, para, misteriosamente, desaparecem horas ou dias depois. Dependendo da intensidade da erupção resulta a dimensão da tempestade solar e, pior, as suas consequências. Além disso, o Sol está repleto de campos magnéticos, em sua maioria localizados no maciço interior do seu círculo, embora algumas cavidades magnéticas, espessas como a largura da Terra, surjam na superfície como manchas solares. A mover toda esta força, encontra-se a intrigante maquinaria de uma estrela excecional. - o núcleo solar. Verdadeira caldeira, a 65 milhões de graus centígrados de plasma esferóide, seis vezes mais densa que o ouro, funde, em cada segundo, 700 milhões de protons em hélio, libertando a energia de dez mil milhões de bombas de hidrogénio em todo o processo. A energia produzida pela fusão do núcleo solar é transportada para a zona de radiação, a matéria é tão pressionada, que leva 100 mil anos aos fotões a emergir na envolvente zona de convecção, ou seja 70% do exterior do centro solar. Cerca de um mês depois os fotões emergem na fotosfera, ou seja, a parte visível do Sol. Dali leva apenas oito minutos a atingir a Terra como luz solar. São deles que nos devemos abrigar o mais possível, especialmente na praia!.(Dados e agradecimento - a National Geographic - edição britânica, junho de 2012)