quinta-feira, 3 de junho de 2010

Sós ou (Mal) Acompanhados?

Na capa de um dos recentes números da conceituada revista National Geographic (edição em Inglês), perguntava-se “Estaremos sós?”. O seu interior, era complementado por extraordinárias montagens e fotos. Porém, agora, graças à avançada tecnologia, aos inúmeros satélites, mas principalmente à sofisticadíssima aparelhagem óptica, lançada a milhares de quilómetros no espaço, da possível ficção passou-se à realidade, como muito bem se aponta na referida reportagem. Nela se refere, por exemplo, que até agora os astrónomos conseguiram identificar mais de 370 classificados “exoplanetas”, ou seja, planetas fora do Sistema Solar. Em relação a Saturno, verifica-se agora que, estando à distância de 260 anos-luz da Terra, (*) encontra-se acompanhado por outro satélite quente, afastado, e rodopiando a cerca de 150 anos-luz daquele, que numa rotação nos nossos termos, de um ano, lá, dura menos de três dias! O objectivo dos cientistas, que na Lua já descobriram a existência de algo semelhante à água, é encontrar planetas idênticos à Terra. Caso concreto, é a descoberta no satélite Europa, a lua do Planeta Júpiter, quase idêntico à Terra, em termos de tamanho, conta com um vasto oceano de água, com a profundidade aproximada de 100km. A questão, a grande questão, é saber se contem suficiente oxigénio indispensável à vida. Outro enorme planeta, o já menciondo Saturno, aquele de vastos aneis, igualmente se sabe conter àgua, mas esta é gelada e que não permite qualquer qualidade de vida. A procura continua e graças aos enormes avanços da Cosmografia, muito há a percorrer, quando, apenas 11 dos 370 distantes planetas, enormes e luminosos, foram detectados pela técnica espectoscrópica Doppler.
Vejamos, portanto, a tecnologia reveladora de tais maravilhas. Ao satélite francês, COROT, por exemplo, agora na fase final de vida de três anos, deve-se a descoberta de sete exoplanetas em trânsito, um dos quais é 70% maior que a Terra. Porém, o satélite americano, Kepler, lançado a partir da base do Cabo Canaveral, nos Estados Unidos da América (EUA), em 12 de Março do ano passado, é, nada mais nada menos que uma potente câmara digital de .95 de abertura e com um detector de 95 megapixeis. Obtém fotos de uma largura vastíssima, de trinta em trinta minutos, captando a luz de 100.000 estrelas, num simples trecho do firmamento, entre as brilhantes estrelas Deneb e Vega. A ele, se deve, segundo a notícia divulgada pela Sociedade Americana de Astronomia, em Washington, em 4 de Janeiro´passado, a detecção dos seus cinco primeiros planetas fora do sistema solar, com tamanhos que variam entre uma dimensão semelhante a Neptuno e uma maior que Júpiter. Chamados Kepler 4b, 5b, 6b, 7b e 8b, a sua descoberta resulta de cerca de seis semanas de recolha de dados desde que as operações científicas começaram, a 12 de Maio de 2009. No entanto, são todos demasiado quentes para conter vida, salientam os responsáveis pela missão. As temperaturas estimadas nos exo-planetas variam entre os 1200 e os 1648 graus Célsius.A estes, juntam-se aos 415 exo-planetas já detectados desde 1995, graças a outros telescópios. Aos computadores, em Terra, compete decifrar o brilho de todas as estrelas, alertando os cientistas, ao detectarem a menor cintilação que possa assinalar o trânsito de um planeta. Outro passo tecnológico, assás igualmente importante, foi a actualização, em Maio do ano passado, do Telescópio Espacial Hubble, pelos astronautas. Graças a novos e mais sofisticados mecanismos, como lentes mais potentes, além de prolongar a vida deste excepcional equipamento espacial, obtêm-se imagens mais nítidas e novas galácias. Porém, com o anunciado telescópico gigantesco, E-ELTE, de 42 metros de diâmetro de abertura, a instalar nas montanhas chilenas, aumenta a expectativa dos astrónomos. Possivelmente em saber mais sobre a Nebulosa Carina, a 7500 anos-luz da Terra e a multidão massiça de estrelas da constelação Omega Centauro, que pela primeira vez revela galácias, representadas por simples pontos de há 13.1 biliões de anos atrás, como aponta
o cientista Garth Illingworth da Universidade de Santa Cruz da Califórnia.
(*) Medida de distância astronómica igual à distância que a luz atravessa no período de um ano, ou
12km
seja, 9.463x10 , (1 pc = 3.26161.y ). A distância entre a Terra e a Lua é de 148.8 milhões de km

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