sexta-feira, 11 de junho de 2010

O DESPERTAR DA SONOLENTA E HISTÓRICA WOOTON BASSETT

Wooton Bassett, até há poucos anos pacata e adormecida vila saxónica, originalmente chamada Wodeton, do belo Condado de Wiltshire (sudoeste da Inglaterra), remonta a 681, mas que em 1200 foi doada ao Lorde Alan Bassett, e daí o nome, tem outro predicado histórico – o de estar ligada a uma das oito mulheres de Henrique VIII, Catherine Parr, que residiu na vizinha Mansão Vastern. Actualmente com 11.043 habitantes, Wooton Bassett conhece novo e importante predicado – a Hospitalidade e Honras Fúnebres aos Herois das Batalhas Britânicas.
Devido à sua vizinhança da Base Militar da RAF de Lyneham, também conhecida pelo aeroporto de destino e de regresso dos soldados mortos nas operações militares, primeiro no Iraque e actualmente, quase diariamente, no Afegasnistão, Wooden Bassett, assumiu nova e importante prominência e notoreidade pelas cada vez mais frequentes imagens na televisão, com a chegada dos caixões dos soldados mortos. A rua principal deste vilazinha, e os seus habitantes, fazem questão de receber e homenagear os féretros dos herois, em sua maioria jovens, caídos em combate, particularmente na região de Sangin, na província de Helmand, no sul do Afeganistão.
Tradicionalmente, a fila de carros negros, em passagem lenta, liderada por austero mestre de cerimónias, trajando negro e de alta cartola, não faltando bengala ou chapéu de chuva, pára no meio da rua da vila para receber a primeira homenagem da população civil, bem como militar, geralmente colegas, que formando ala, reconhecida e agradecida, coloca, no meio de lágrimas, uma a uma, rosas e outras flores, cobrindo totalmente os veículos. Entretanto, como cenário habitual, os transportadores de bandeiras, geralmente dos principais regimentos a que os homenageados pertenciam, baixam-nas como prova de homenagem e respeito. Wooden Bassett, faz, assim, questão de ser actualmente a primeira a homenagear os herois que regressam, sem vida, e que dali partem para os locais onde residiram com os seus ente-queridos, pais, mães, irmãos, mas especialmente esposas, agora viúvas, e seus filhos, muitos deles que nasceram sem os pais os terem conhecido em vida. Em reconhecimento a este elevado espírito de solidariedade, a 12 de Outubro de 2008 as Forças Armadas fizeram questão de desfilar pela vila a fim de agradecer aos seus habitantes tão prestimosos apoio. E, em Maio de 2009, a Royal British Legion, organização civil de beneficência a favor dos militares reformados ou mortos e suas famílias, homenagearam a vila com sentida Condecoração. Popular homenagem foi-lhe igualmente tributada em Março de 2010, por milhares de motards num desfile em que grangearam 15 mil euros para a Royal British Legion. Mas o maior tributo, partiu de Isabel II, que, embora raro, mas à semelhança de outras vilas ou cidades lhe foi outorgado o título de Real Wooton Bassett. Porém, em 2009, o grupo islâmico Islam4UK, num país democrático como aqueles que não o eram dos países de que foram oriundos, provocaram compreensível revolta do país inteiro ao insistirem numa manifestação na vila, intenção resistida pelos seus habitantes que ameaçaram desertá-la e, como sinal de protesto, levantar vedações nas ruas principais. Depois do Iraque, o Afeganistão, e principalmente Sangin, na província de Helmand, é actualmente cemitério da juventude militar britânica. Até agora, ali morreram ou mais tarde pereceram nos hospitais do país, quase 300 militares, descontando, claro, os inúmeros feridos, muitos deles graves, em sua maioria desfigurados ou sem membros - pernas e/ou braços. e que, a demonstrar contínua bravura, procuram adaptar-se à nova, mas trágica situação.

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