sábado, 20 de outubro de 2012

O SEGREDO DA FELICIDADE OU O PRINCÍPIO DA INFELICIDADE

O SEGREDO DA FELICIDADE OU PRÍNCIPIO DA INFELICIDADE Para alguns o dinheiro, a riqueza, pode ser o segredo da felicidade. Porém, segundo a maioria daqueles que ganharam o Jackpot, Totobola ou Euromilhões, como aquele felizardo de Mirandela, em 13 de abril passado, e que depressa esbanjaram a fortuna, facilmente adquirida, esse não é o caso! Nem, tão-pouco isso acontece com o minúsculo país dos Himalaias – Butão - que em vez do PIB serve-se do GNH (sigla inglesa que significa Felicidade Interna Bruta – ou, neste nosso caso, FIB).Claro que nesta fase de crise parece irónico falar-se de, e muito menos, medirem-se taxas de Felicidade! Mas, caro(a) leitor(a), consigo nunca brinco! Medir taxas de felicidade, se isso é possível, é questão de interrogar tanto o governo do Butão como, mais perto, quer o cada vez mais embaraçado primeiro-ministro da Espanha,Mariano Rajoy, ou o ex Presidente Sarkozy, da França, ou, ainda, o primeiro-ministro britânico, David Camero, Como, também os dirigentes do estado americano do Maryland! Tanto o segundo como o terceiro, anunciaram recentemente essa intenção. No caso do segundo, incumbiu, em 2008, os dois laureados Nobel de Economia, Amartya Sen e Joseph Stiglitz, a apresentarem-lhe medidas gerais de satisfação. Quanto ao terceiro, a seguiu-lhe as pisadas, em novembro último, em que anunciou que o seu governo, como alternativa ao PIB, começaria a recolher elementos conducentes à taxa da felicidade, ou bem-estar nacional! Aliás, estas iniciativas, não são totalmente novas uma vez que tanto nos Estados Unidos da América, como na União Europeia, esta, com o seu Eurobarómetro, e individualmente noutros países, já se realizam Estudos Sociais. Sabemos que a Felicidade ou o Bem-estar, são relativos e intangíveis, pelo que dependem de vários fatores, principalmente amizades, relações, vida familiar, segurança financeira e, claro, país de origem, idade e sexo. Embora no Butão o rendimento per capita seja um dos mais baixos do mundo, a expetativa de vida aumentou 19 anos entre 1984 e 1998, atingindo 66 anos de idade, ou seja 30% de aumento, o que é admirável. Possivelmente, esta uma das razões de optimismo. Mas o que é a felicidade? Segundo John Ralston Saul, filósofo político canadiano, trata-se de “harmonia de interesses individuais e comunitários”. Outros cientistas, como Bereton e colegas dos Estados Unidos da América, num estudo conduzido em 2008, relativo ao ambiente, concluíram a existência de inúmeros benefícios ou prejuízos geográficos, nas taxas de felicidade das pessoas. Se a proximidade do litoral era considerada como boa, os desterros, ou lixeiras, era mau. No caso de centros de comunicação, tanto podem ser bons como maus dependendo do tipo e da proximidade quer de aeroportos, neste caso positivo, como da proximidade de grandes rodovias e distâncias, negativo. A conclusão a que chegaram foi que a geografia e o meio-ambiente são fatores sócio-económicos e sócio demográficos, tão críticos como o desemprego e o estado marital! Daqui se conclui também que o meio-ambiente resulta num importante investimento em que predominem o agradável e limpo ambiente. Consideremos ainda outros, como os que mencionámos anteriormente. Se a idade, com as suas consequências, como debelidades físicas e mentais, muitas vezes limitam as nossas capacidades, constituem fatores da taxa de felicidade, compreende-se porque noutro estudo realizado, em 2006, pelo Professor Peter Ubel e colegas, da Faculdade de Sanford da Universidade Duke, a classe etária mais feliz era a de 30 anos. O que, porém, intriga, é o facto de semelhante posição ser atribuída às pessoas de 70 anos de idade! Isto significa, segundo outro estudo efetuado pelo Ministério Britânico do Trabalho e Pensões, a tendência no país do aumento da longevidade. Aponta este estudo, que em 2080 haverá 626,900 pessoas de 100 ou mais anos, 21,000 das quais terão pelo menos 110! Quanto ao sexo, esclarece um estudo recente da revista britânica The Economist, baseado numa investigação conduzida pelo Prof. David Blanchflower, do Dartmouth College (Reino Unido) em 72 países, o sentimento de felicidade varia. Regra geral, as mulheres manifestam maior sentimento de felicidade que os homens. Porém, um quarto, é mais suscetível a depressões e neuroticismo em várias fases da vida, comparada apenas a 10% dos homens. No que se refere ao país, se os Ucranianos, de 62 anos, atingem o topo da lista do povo mais miserável, os Suíços, aos 35, são os mais felizes e, os Britânicos, mais expansivos. Mas, regra geral, a maioria dos países aponta para a taxa etária dos 40 e princípio dos 50, como a mais infeliz, sendo 46 anos a média geral global da insatisfação ou infelicidade.

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