O petróleo e não necessariamente o cada vez mais elevado preço do barril particularmente devido à instabilidade nos países produtores, particularmente como é o caso da Libia – e não só, como veremos adiante! - que, obviamene, se reflete no produto refinado e, finalmente,. nas bombas de gasolina, tem sido uma constante nas recentes parangonas dos órgãos da comunicação social mundial. Infelizmente, não só isso! As notícias que dominaram as manchetes da comunicação social internacional durante Maio/Junho do ano passado e fizeram perigar as relações anglo-americanas, devido ao, e ainda não quantificado desastre ecológico no Golfo do México, com a explosão e afundamento da plataforma petrolífera, Deepwater Horizon, da BP, em que morreram 11 operários, a vomitar - desperdiçar! - 12 a 19 biliões de barris por dia, não pararam! Este, mais outro pesado e incontrolável preço, muitas vezes irreparável nos vários desastres, como, além deste, o do Exxon Valdez, no Alasca, em 1989. Recuemos até, e a partir, dos modestos inícios do chamado "ouro negro". Antes, porém, uma breve referência à que, por enquanto, não passa de especulada existência de petróleo e de gás, quer na nossa plataforma marítima do Algarve e, até, no sobsolo da Abadia de Alcobaça! Se for provado nesta última, que acontecerá a tão vetusto e importante Monumento do Património Mundial?! Esqueçamo-nos, de momento, desse pesadelo e concentremo-nos, antes, nas primeiras prospeções que se devem ao "Coronel" E.LK.Drake, em Titusville, Pennsylvania, EUA, em 1859.
O então chamado "rock oil", o óleo das rochas, para o distinguir do sucedânio animal ou vegetal, longe de ser o mais disputado combustível, era, então, tido como remédio para a cura de todas as maleitas! Porém, dada a escassês de gordura das baleias, que até então era a indispensável obra prima para as candeias de iluminação, a descoberta deste viscoso produto, o petróleo, deu início à corrida, hoje, de todos conhecida. A procura, imediatamente deu lugar à multiplicidade de torres de extração por todos os recantos petrolíferos do que viria a ser um dos mais ricos Estados do país – o Texas. Outra importante descoberta seria em Baku e no seu rico litoral do Mar Cáspio, atual Azerbaijan, em 1871, em que Haji Zeynalabdin Tagiev, iliterado filho de um sapateiro, ficou subitamente multimilionário ao ser descoberto petróleo na sua propriedade! A região de Baku e o seu petróleo era tão importante que o próprio Hitler, na invasão da Rússia, caso não a conquistasse "perderia a guerra"! A sua obcessão era de tal modo que os seus adeptos fizeram-lhe um enorme bolo, com as palavras B A K U, mas, como sabemos, este seu sonho jamais foi realizado! Porém, a indesmedida ganância de tão fácil riqueza, deu lugar à superprodução, provocando a vertiginosa queda do preço. Os barris de madeira do uísque (que também eram utilizados no vinho do porto!), que serviam para o transporte do petróleo, eram mais caros no dobro do produto que continham! E, por falar de barris, aqui surge outra história. Embora os barris tivessem deixado de ser usados para o petróleo, que a partir de 1880 foi transportado em navios-tanques, com a capacidade de até quatro milhões de barris, ou em oleodutos, que começaram a ser lançados em 1870, e depositado em enormes depósitos nas refinarias, o produto continua a ser medido em "barris", ou seja, unidades de 160 litros, com a exceção do Japão que se baseia em quilolitros e, a Rússia, em toneladas métricas. Entretanto, com Henry Ford a lançar, em Detroit, automóveis das suas linhas de montagem, em 1905, que dependeriam de gasolina, o petróleo tornar-se-ia no combustível até hoje indispensável. Não surpreende que a busca pelo precioso líquido, noutros países, tornar-se-ia imperiosa. A iniciativa, ficou a dever-se a empresários-prospetores britânicos como George Reynolds e William D'Arcy, que se viraram para o deserto da então Pérsia. Depois de muitas tentativas e prestes a enfrentar falência, a 26 de Maio de 1908, com o gigantesco esguichar do furo, se tornaram milionários, formando a Anglo-Persian Oil Company, que daria lugar à atual BP. Antes deles, porém, o então jovem de 25 anos de idade, John Rockefeller, fazia nome...e fortuna com a formação da Standard Oil Company que deteria o controlo, em cerca de 90%, do produto refinado, mas que se viria a dissolver em 1911.
Pouco depois, surgiria o autor da famosa "Linha Vermelha"- o nosso muito conhecido Calouste Sarkis Gulbenkian. Quando, com apenas 22 anos, de visita à Transcaucásia, apercebendo-se do enorme potencial do petróleo, 38 anos depois, lançaria o seu famoso traçado. Possuído de enorme fervor pioneiro e lutando contra todas as marés do cepticismo financeiro de então sobre o futuro do que viria a ser "ouro negro", aliado a enormes dotes diplomáticos, a exploração do traçado daria lugar à formação da Trade Petroleum Company, que ajudou a formar. A partir do Mar Negro, a norte, incluindo a então Constantinopla, e hoje Istambul, estendendo-se ao sul até ao Mar Arábico, abraçando a Síria, o Iraque, Arábia Saudita, Oman e Muscat, e limitada a ocidente pelo Mar Negro e, a Leste, desde a Rússia, Curdistão, a então Pérsia, excluindo o Kwaite, e limitada pelo Golfo Pérsico, o interior deste famoso traçado serviria, igualmente, de cobiça aos Estados Unidos no qual, infalivelmente, viriam a participar. Como resultado, e embora com a participação inicial de 15% dos rendimentos, Calouste Gulbenkian limitou-se a receber perpetuamente 5% dos lucros da extração do petróleo proveniente do interior da vasta zona, o que também lhe valeu o famoso cognome do "Senhor Cinco Por Cento". Porém, a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), cartel, formado pelos principais países produtores que controla 75% das reservas globais, de que a Federação Russa, que ultrapassou a Arábia Saudita é a principal, e que passaria a controlar tanto a extração como o preço do produto, só seria formado, com a forte oposição dos EUA, em 1960. Com o consumo mundial diário de 85 milhões de barris, o petróleo, em termos de carga, ocupa o terceiro posto do transporte internacional.A maior incógnita, segredo bem guardado dos principais países produtores, é até quando é que o Ouro Negro vai durar! Embora, com a extração diária global de 85 milhões de barris, segundo conceituadas autoridades como o geólogo saudita, Sadad I. Al Husseini, apenas restam 15 anos do precioso líquido. Entretanto, e como precaução, aumentam as reservas de emergência, atualmente situadas em 1,4 biliões de barris. Mas devido ao desastre das centrais nucleares de Fucoxima, no Japão, e das consequências que podem trazer ao setor mundial, na possível redução de novas e programadas instalações energéticas nucleares como é o caso tanto da Alemanha como da China, que decidiram, a primeira cancelar quaisquer planos e, a segunda, declarar uma moratória para novas instalações, situação igualmente reconhecida como séria pelo Presidente Vicent de Rivaz, da principal companhia nuclear de electricidade, a Electricité de France, já detentora de importante fatia de fornecimento e manutenção de estruturas elétricas na Inglaterra, bem como ainda encarregada da construção de quatro centrais nucleares neste país, aliadas ao desenvolvimento industrial tanto da Índia, mas principalmente da já mencionada China, o aumento do consumo de um bem finito, embora condicionado à recessão económica mundial, terá, obviamente, que reflectir-se nos cada vez mais elevados custos energéticos, mas principalmente para o pobre motorista.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário