O vinho, esse grande produto nacional e preciosa fonte de receita para a cada vez mais necessitada economia do nosso país, está da parabens. Ou melhor, os seus produtores, que em Londres, recentemente, manifestaram, com justificado orgulho, a sua pujança, na Exposição Anual da Vini Portugal, organização promotora, que, nos últimos anos, tem vindo a desempenhar notável esforço na divulgação e promoção enológica nacional. Para o apreciador ou reputado comentador de vinhos, especialmente num grande e, por isso mesmo, altamente disputado mercado como o britânico, largamente controlado pelas grandes cadeias de supermercados, como Tesco, Waitrose, Sainsbury e Morrisons, em prejuízo para as tradicionais e conceituadas lojas de vinhos como a clássica Odd Bins, que há duas semanas encerrou as suas portas, a qualidade dos vinhos nacionais em nada fica a dever aos mais reputados e principais países produtores, como a França, Itália, ou aos novos e agressivos, como o Chile, Austrália e África do Sul, só para mencionar os principais. Que o digam os prémios que anualmente são atribuídos a conhecidas e melhores marcas, como recentemente ficou provado, a nível nacional, pela Revista de Vinhos, realizada na Alfândega do Porto, ou pela revista britânica, Wine Decanter, no ano passado, em Londres. Esta, a conclusão de reputáveis escritores da especialidade como o britânico Charles Metcalfe, a quem se deve uma excelente recente obra sobre os vinhos e culinária Portugueses, ou ainda, o australiano, Oz Clark, este também autor de várias obras, sobre este importante tema, ou ainda o também britânico, mas luso de nascimento e coração, e amigo de longa data, o ainda jovem, Richard Mayson, qualquer deles reputadas figuras do setor e bons conhecedores do mercado vinhateiro mundial. Segundo dados oficiais, através da delegação do AICEP em Londres, no ano passado, o mercado mundial importador de vinhos portugueses atingiu 604,215,678 milhões de euros, com o volume total de 242,792,629 litros, ou seja um aumento de 4,8% em relação ao período homólogo de 2009. O Reino Unido, um dos seus principais mercados, depois de Angola, França e Alemanha, importou 18.054.207 milhões de litros, no valor total de 65,975,427 milhões de euros, registando o aumento de 0.6% em relação ao ano anterior.
Na exposição anual, realizada no início do mês em Londres, a dificuldade foi a escolha, devido à vasta presença – 133 – de produtores nacionais representando várias e principais regiões do nosso país. Uns já consagrados e bem representados no disputado mercado britânico, outros com a indispensável presença a tentar representação. Por isso, e sem desprimor para muitos outros, limito-me a mencionar aqueles que tive tempo de contatar e provar e, por isso mesmo, mais representativos. Dentre os primeiros, destaco o consagrado e eterno jovem-mestre Luís Pato, Cristiano Vanzeller, da lendária família a quem se deve a memorável Quinta do Noval, por mim visitada e admirada quando ainda se encontrava nas mãos da família fundadora; Alves de Sousa, desta vez não o pai, Domingos, mas o seu fiel discípulo, o filho, Tiago, a sempre presente Aveleda, representada por Manuel Oliveira, o eterno, mas sempre jovem João Evangelista (Portugalia Wines), tanto este, como o verdadeiro “embaixador” dos vinhos portugueses no Reino Unido, Fausto Ferraz (DFJ Vinhos), claro, o já citado Richard Mayson, com a sua nova empresa (Sonho Lusitano). Da nossa região – Dão – e com presença inaugural, foi igualmene um prazer provar os vinhos da Sociedade Agrícola Castro de Pena Alba, S.A, de Penalva do Castelo (FTP Vinhos), representada por Namércio Cunha. A longa prova começou por Luís Pato, mestre enólogo por excelência, a quem a Bairrada muito deve, também bem sucedido e seguido pela filha, Filipa, representada com bancada independente. Esse audaz e velho, mas sempre jovem produtor-inovador, fez questão de me introduzir ao seu novo Pato Rebel tinto, verdadeiro rebelde de vinho, correspondido por sugestivo rótulo! Embora me tenha confiado dedicar-se mais a espumantes, o seu Espumante DUET Baga Touriga Nacional 2010, é digno dos seus esforços! E, ao brindar-nos com reveladora palestra, em que nos confidou alguns dos seus truques de produção, ao saborear o extraordinário Frei João 1990 Reserva, a admiração que por ele tínhamos, mais refrescada ficou! Cristiano Vanzeller, é outro dos muito admirados “embaixadores” dos nossos vinhos. Agora à frente da mui sua Van Zeller & Co, que além dos vários portos se destaca o seu excelente Quinta Vale D. Maria 2008 tinto. A finalizar, é imprescindível salientar o nobre esforço de Richard Mayson que juntamente ao enólogo Rui Reguinga, surpreendeu com o seu magnífico Pedra Basta, tinto regional alentejano. Quanto aos douros da adega Alves de Sousa, o seu magnífico e sempre jovem Quinta da Gavota tinto, seguido pelos dãos da FTP Vinhos, os seus Quinta do Serrado Touriga Nacional 2007 e o Reserva 2007, têm representação garantida no vasto e rico mercado do Reino Unido.
Como habitualmente, este texto é redigido ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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