quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A GRANDE E SURREPTÍCIA INVASÃO ISLÂMICA

CAROS AMIGOS BLOGUISTAS,

Depois de uma longa ausência no nosso querido e rejuvanescido país, cujas experiências serão assunto de um próximo artigo, aqui estou, com um grande abraço, para partilhar o prazer da vossa sempre amável companhia! O melhor para todos.


Nas últimas décadas, mais por razões económicas, devido à massa migratória, e, mais recentemente, provocadas pelas consulsões no Mundo Árabe, a Europa, subitamente, acordou à nova Invasão Mussulmana. Como se sabe, desde a Primeira, liderada por Tarik ibn Ziyad (nome que deriva de Jabal Tarik – Montanha de Tarik), que capturou a Península Ibérica, em 711 AD, e que, em corruptela, resultou no nome de Gibraltar, a dominarem até ao período dos chamadoss reis Católicos, Isabel e Ferdinand de Castela (1451-1504), a quem se deve a expulsão do último reduto mussulmano, até então radicado em Sevilha e Córdova, califado fundado por Abd-ar-Rahman I, em 756AD. Aliás, a este casal real, e especialmente ao seu fervor católico, leia-se, fanatismo, devem-se, igualmente, duas das grandes manchas da História – a Inquisição e a Expulsão dos Judeus, em 1478. Radicados à tão cobiçada África pelos Europeus, os Mussulmanos, inicialmente apenas de origem árabe, acomodoram-se e praticamente ali permaneceram ignorados. Salvo a cultura e raro acervo literário de Timbuktu, no actual Mali, fundada no século XI, um povo praticamente nómada, só de novo lhe foi prestada atenção nos finais do século XIX, devido ao petróleo, e este inicialmente na atual Arábia Saudita. Ironicamente, é neste país que historiamente tem origem a Civilização Mussulmana, ou Islâmica. E, se Islamismo é um termo puramente religioso, que o Al Corão define por

devoção ou submissão a Deus, mussulmanismo (raíz etimológica do árabe moslin + persa an) é gentílico, embora hoje sejam indistintos. De acordo tanto com a tradição mussulmana, como com a historiologia moderna, o Islão teve origem na Arábia, ou Najd (actualmente Arábia Saudita). Para os mussulmanos, o islamismo teve início não com Maomé, mas com Abraão e seu filho Ismael, este o progenitor dos Árabes, com a edificação de Ka'ba, em Meca, centro de peregrinação anual dos fieis, (geralmente em meados de Novembro) situada na vasta região ocidental, conhecida por Hijaz. Como se sabe igualmente, foi ali que Maomé nasceu, em 570, oriundo da tribo menor Quaryash. Cedo órfão, em 610, aos 40 anos de idade, e, quando casado com a rica mentora Khadija, 15 anos mais velha que ele, começou a ter revelações, num período de 23 anos, atribuídas ao Anjo da Revelação (Gabriel) como intermediário, as primeiras, quando se encontrava só, nas Caves de Hira, em 610, que o instruiu "Lê, no nome do teu Senhor!", ao qual replicou não saber ler. Depois de forçado, recitou as duas primeiras linhas, que, compiladas, mais tarde, dariam lugar ao Al Corão (que significa leitura/recitar), e que inicialmente partilhou com a família e amigos. Caberia a Abu Bakr a primeira compilação e, ao terceiro califa, 'Uthman, a distribuição pelo mundo islâmico, do que passaria a ser conhecido por Codex 'Uthmânico. Mensagem monoteísta, cedo enfrentou problemas com a cultura local, essencialmente politeísta, provocando tanto a sua fuga como a dos seus acólitos, em 622, para Yatrib, mais tarde conhecida por Madinat al-Nabi (cidade do Profeta), ou, simplesmente Madina (Medina), um oásis populado por Judeus onde se tornou indistinguível pelo facto de, como eles, reconhecerem os profetas bíblicos e, tal como as tribos locais, gozaram da mesma liberdade religiosa. Madina, seria o génesis do primeiro Estado mussulmano. Foi a emigração, que os mussulmanos chamaram hijra, que constituíu o início da carreira de Maomé como estadista e figura, para alguns, mas erroneamente, fundador da religião, que o levaria a ser considerado infalível, até à sua morte, em 632. Depois de várias dissenções e até guerras civis, particularmente devido à sucessão, ou califado, de Maomé, por um lado, aqueles que advogavam a sua morte como fim natural de uma Era (Xiítas), e, com ela, desvinculamento a obrigações financeiras; outros, preferindo dinastias, como a Umayyads (661-750), - Abu Bakr, 'Umar (reinado entre 634-44), 'Utman (r.e. 644-56) e 'Ali (r.e. 656/61), (Sunis), todos descendentes de Maomé, de sangue ou de casamento, a estes, deve-se o maior impulsionamento do Islamismo. Se inicialmente a maioria do povo árabe era nomádico e dedicado à pastoralícia, por natureza disperso em várias

tribos, quatro importantes fatores influíram na sua expansão: o camelo, como importante meio de deslocação e transporte nessa vasta região sem estradas; a dinastia Umayyad, com as várias conquistas e a unificação tanto devido à religião como, e muito importantemente, à adoção da língua árabe. Fenómeno extraordinário, o Islamismo espalhar-se-ia desde a Península Ibérica às Balcãs e à atual Viena, incluindo as Américas, Austrália, China e Indonésia, este o maior país mussulmano do mundo. Na Grã-Bretanha surge o fenómeno do elevado número de mulheres que se converte ao islamismo, em relação aos homens! Na totalidade, estima-se que existe um bilião de mussulmanos em todo o mundo, sendo a maioria

Suni. Porém, só no século XX e XXI é que os mussulmanos e, com eles o Islamismo, regressariam à Europa, como vimos, via Emigração, o que realmente continua, nas últimas semanas, via ilha de Lampedusa, na Itália..

Nota: Os interessados têm uma nova, recente e excelente edição do

Al-Corão, em duas versões paralelas na mesma página – Inglês

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