Envolvido, imerso, numa sociedade de enorme historial imperial, industrial e inovador que generosamente em dois sangrentos conflitos mundiais imolou centenas de milhar de filhos e sacrificou o seu poderio imperial por uma Europa e Mundo livres, meio século depois, despertei para o país que me viu nascer. Nas obrigatórias visitas anuais e muitas outras profissionais, ilusório acompanhar do seu desenvolvimento, agora, graças ao maior tempo de permanência apercebi-me e constatei o seu enorme desenvolvimento. A nível social, maior civismo, solidariedade, com vários centros sociais de assistência aos carenciados, infelizmente cada ves maiores, como é o caso do de Valongo, ou no tocante aos livros escolares às famílias mais necessitadas, ou ainda a solidariedade dos pais na restauração de escola Francisco da Torrinha, no Porto, contribuindo 600 euros cada; afabilidade e comunicabilidade; amor, zelo e preservação da sua história, como foi o caso da recreação do cerco e retoma de Almeida, em 1810, em que os participantes, envergando trajos da época (soldados britânicos, franceses e espanhóis) reviveram os recontros das guerras peninsulares, ou ainda a clara evidência dos ´vários museus regionais, como o do Pão, no Fundão, o Museu do Arroz de Bemposta, o da Água Castelo, em Pizões, Moura, as Grutas de Montemor-o-Novo ou ainda o Museu do Acordeon, em Paderne, Albufeira, no Algarve; maior sentido de identidade cultural, principalmente refletida nos seus costumes e tradições, destacando-se o belo exemplo de Campo Maior, a cidade alentejana cuja população confeciona ricas flores de papel para, de quatro em quatro anos ,engalanar as suas ruas, ou as várias feiras medievais, nomeadamente a de Leça do Bailio; os ricos folclore, artesanato e gastronomia, como ficou provado no excelente sarau da RTP1, realizado no sábado 10 de Setembro sobre as Sete Maravilhas da Gastronomia Portuguesa; maior apetência e aplicação na cultura, no saber e na investigação; proliferação dos centros comerciais, muitos deles excelentes obras de arquitetura. A todos estes, acrescente-se o importante elemento do zelo pelo meio ambiente, prova observada em várias autarquias, quer pela preservação e restauração de parques, o encorajamento do cidadão para as hortas ecológicas, caso das câmaras de Cascais e da vizinha Oeiras ou ainda o plano de construção de ilhas ecológigas subterrâneas para a recolha dos resíduos domésticos, como é o caso da Câmara de Cascais. O povo português, meu concidadão, de que muito me orgulho, prospera, tendo sabido contornar as dificuldades, agora infelizmente acrescidas, resultantes da falta de visão e excesso ideológico de certos políticos. Confio, que graças ao seu conhecido ressaliente espírito e estoicismo vença as ainda maiores vicissitudes que se avizinham. Confiemos que, embora manifestando-se nas ruas, um nobre direito consagrado na Constituição, que a raiva contra tão involuntária desgraça continue a verificar-se sem tumultos, como aconteceu nas manifestações do dia 1 deste mês. Este, um nobre e digno exemplo, característica singular do SER-SE PORTUGUÊS!
Porém, como condutor, pois há quase meio século faço a viagem de automóvel da Inglaterra para Portugal e regresso e obviamente vi construír as auto-estradas francesas e espanholas, nomeadamente a dos Pirinéus, lamento a série, parece infinita, de mortes na estrada. No nosso país, pelo menos até 7 de Setembro deste ano, neste ano de 2011, foram ingloriamente ceifadas 447 pessoas. Cômputo intolerável para um país com apenas na casa de 10 milhões de habitantes. Observador dos abusos da velocidade, é pena que o cidadão ao volante se torne num assassino, particularmente quando se dispõe de uma boa rede de auto-estradas ou de vias rápidas, o que não acontecia há alguns anos atrás. Que se mate a si próprio, aceita-se, agora que dizime outros inocentes condutores e passageiros é incompreensível e inaceitável. Esta, a triste e endémica mancha de um povo que se imola ao volante. Até quando, meu redescoberto Portugal?
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