segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

COPENHAGA - HEROIS E VILÕES

Como se antecipava, foi adiado o Acordo Vinculativo em troca de um político., apenas designado por Acordo de Copenhaga. Herois? Se os houve, entre os 197 delegados, quem, apontado como tal, principalmente pelo matutino britânico The Independent, foi o primeiro-ministro Gordon Brown. Salienta este periódico que embora ele não tenha conseguido selar o acordo, “evitou a catástrofe” de um possível fracasso. E esclarece que “trabalhando esforçadamente (nos dois dias que antecipou a chegada dos restantes dirigentes), “por vezes desde manhã cedo até às 3 da manhã do dia seguinte, tentando obter um acordo, foi um verdadeiro engenheiro-construtor de pontes e particularmente aceite entre os dirigentes africanos pelo seu historial no perdão da dívida aos países pobres e artífice da crise financeira”. Além disso, acrescenta o The Independent, a ele igualmente se deve a iniciativa, considerava então ambiciosa, do fundo de 100 biliões de dólares/ano para compensar os países pobres.




Efectivamente, tanto ao primeiro-ministro britânico, bem como a sua bem estruturada equipa, chefiada pelo igualmente incansável ministro da energia, Ed Milliband, deve ser outorgado enorme mérito pelo gorado sucesso de Copenhaga. Porém, quem manifestou idêntico espírito combativo, embora numa visita-relâmpago, mas de tempo prolongado, foi o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), o recém laureado Nobel, Barack Obama, que, convocando os dirigentes dos, como ele, representantes dos principais países poluidores, China e Índia (incluindo os da África do Sul e do Brasil), salvou a Conferência, com o que por ele foi classificado de “significativa concretização sem precedentes”, mas reconhecida insuficiente para combater os problemas ao combate do Aquecimento Global. E, tal como o secretário-geral das Ñações Unidas se referiiria no encerramento, embora não o resultado ideal, “o príncipio de um acordo”. Quem é apontado como vilão é o dirigente chinês, Hu Jintao, que resistiu ao máximo a qualquer tentativa de acordo vinculativo, sob o pretexto de que prejudicaria o desenvolvimento do seu país.




Este resultado, baseado em promessas, portanto não vinculativo, principalmente nas taxas máximas de emissão de carbono CO2, evidentemente não pode satisfazer, pelo que, não surpreende ser classificado como desapontador. Porém, dirigentes de países afectados, como as Maldivas, o Presidente, Mohamed Nasheed, entrevistado pela BBC-Televisão, considerou-se satisfeito. Satisfeito, igualmente, é o raporteur do Conselho Europeu e antigo vice.primeiro-ministro e ministro do ambiente, John Prescott, que afirmou, também à BBC-TV, que o pior inimigo foi a elevada expectativa. E esclareceu que, enquanto em Quioto estiveram presentes apenas 90 representantes, em Copenhaga compareceram 197, dentre os quais chefes de estado e primeiros-ministros. Além disso, enquanto Quioto serviu de plataforma, Copenhaga foi mais além, tanto em termos de debate sobre as verdadeiras questões como de veredas e pontes a construír, cujos pilares serão definidos daqui a seis meses, na conferência da União Europeia, mencionada pelo Presidente Sarkozy, da França, e, finalizadas no fim do próximo ano, no México.

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