sábado, 27 de julho de 2013
O Milagre chamado Mary Rose
Como ilha, e, no passado, possuidora da maior frota naval mundial, à semelhança das potentes locomotivas, os ingleses são fanáticos pelos navios e particularmente pelas histórias de naufrágios. (Talvez que, por isso, na língua inglesa, locomotivas e navios, sejam definidos pelo sexo feminino!) Foi o que sucedeu com o Mary Rose, um vaso de guerra do século XVI, a maravilha da frota Tudor, que o rei Henrique VIII, compreensivelmente desolado, viu inesperadamente afundar-se, ao largo da costa de Portsmouth (sul da Inglaterra), quando desfraldava contra a frota de guerra francesa. Portsmouth, onde a partir da II Guerra Mundial se encontra a célebre base naval, e onde, no sobranceiro palacete de Southwick tiveram lugar os secretíssimos estudos e preparação do famoso Dia D, que deu início ao princípio do fim do Regime Nazi.
O Mary Rose, de que Henrique VIII tanto se orgulhava, afundou-se em julho de 1545, com 500 marinheiros a bordo. Porém, o que é raro, devido à sedimentação da zona em que naufragou, verificou-se que o tão notável vaso de guerra, meio milénio depois, permanecia praticamente intocável. Graças às novas tecnologias, inicialmente aliadas ao querer de um punhado de fanáticos, que empolgou todo o país, o célebre vaso de guerra foi cuidadosamente içado, por potentes guindastes, em 11 de outubro de 1982, permanecendo conservado, desde então numa doca gigante, atmosfericamente controlada. Entretanto, e só quatro anos depois, quer tanto a pesada âncora como outros apetrechos foram igualmente içados. Foi a partir de então que teve início um dos maiores, cuidadoso e inédito esforço científico em que tomaram parte duas centenas de pessoas, incluindo muitos voluntários. Cautelosa e carinhosamente foram limpando milhares de objetos encontrados no navio. Desde canhões, apetrechos, vestuário, incluindo botas dos infelizes marinheiros, armamento, moedas de ouro, centenas de dardos, vasto número de utensílios de bordo, implementos médicos, instrumentos musicais, jogos e até, incrivelmente animais de estimação que acompunhavam a tripulação. Um vasto, precioso, variado e extraordinário achado agora transformado em justificado museu, localizado nas Docas
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