sexta-feira, 1 de março de 2013
O BENFAZEJO (?) SOL
Diz a Ciência que do Sol depende toda a vida, animal e vegetal. Particularmente para nós, Portugueses, esse tão familiar astro, tão procurado e benfazejo nas praias, mas cada vez mais conscientes dos seus perniciosos efeitos, graças às crescentes descobertas científicas, é mais perigoso do que os nossos antepassados - e muitos de nós - pensavam.
O mistério adensa-se, especialmente quando cientistas como Karel Schrijver, do Laboratório de Astrofísica Solar Lockheed Martin, de Palo Alto, Califórnia, afirma que “não podemos prever o que o sol poderá fazer em mais do que escassos dias”. Compreende-se o seu lamento, o pior que pode haver para um investigador. Na sua tentativa em procurar saber e “compreender em como o tempo espacial se reflete na sociedade, assim como os seus perniciosos efeitos”, os cientistas baseiam-se, apenas naqueles que já são conhecidos e nos que poderiam resultar numa catástrofe de enormes proporções, como a que foi calculada pela Academia Nacional [Americana] de Ciência. em que uma tempestade solar pode gerar consequências vinte vezes mais que o Furacão Katrina, que devastou o litoral sul da América em 2005, e que, em termos económicos, atingiu ou até ultrapassou, 2,5 mil milhões de euros. Daí a corrida científica para melhor se compreender e evitar os espetaculares danos do “vizinho” Sol, mas situado a 149,6 milhões de km de distância!
São vários os efeitos já conhecidos, embora ultramilionesimamente inofensivos. Em 1958, 100 aviões, na rota entre os Estados Unidos da América e a Europa perderam o contacto radiofónico com os postos terrestres; em 1972, um transformador, situado no Estado de British Columbia, no Canadá, explodiu. O pior, aconteceu no estado de Quebeque, no mesmo país, em 13 de março de 1989, em que todo o sistema elétrico foi neutralizado, deixando completamente aquele Estado às escuras, provocando centenas de milhões de euros de prejuízo. Outros, de menor dimensão, afetaram satélites, provocando o seu desvio de rota, e, finalmente queda, o que aconteceu em 2000 e, em 2003, além de outro apagamento do sistema elétrico sueco que afetou, igualmente, a comunicação do tráfego aéreo. Porém, a pior tempestade solar, embora sem consequências de maior no nosso planeta, foi observada pelo jovem britânico, Richard Carrington, em 1 de setembro de 1859. Face a uma tempestade destas dimensões, o grande mistério está no facto de não ter tido consequências que poderiam ser inimagináveis na Terra. Para melhor se compreender a razão destas potentes tempestades há que analisar a matéria solar. O Sol, contrariamente ao que se pode supor não é sólido, nem líquido, e, muito menos, gasoso. É composto por plasma, também chamada de “quarto estado da matéria”, resultante dos átomos, quando reduzidos a simples protons e eletrons. As partículas, semelhantes a medusas luminosas, qual mundo dinâmico maravilhoso, explodem, entrelaçando-se e deslizando, para, misteriosamente, desaparecem horas ou dias depois. Dependendo da intensidade da erupção resulta a dimensão da tempestade solar e, pior, as suas consequências. Além disso, o Sol está repleto de campos magnéticos, em sua maioria localizados no maciço interior do seu círculo, embora algumas cavidades magnéticas, espessas como a largura da Terra, surjam na superfície como manchas solares. A mover toda esta força, encontra-se a intrigante maquinaria de uma estrela excecional. - o núcleo solar. Verdadeira caldeira, a 65 milhões de graus centígrados de plasma esferóide, seis vezes mais densa que o ouro, funde, em cada segundo, 700 milhões de protons em hélio, libertando a energia de dez mil milhões de bombas de hidrogénio em todo o processo. A energia produzida pela fusão do núcleo solar é transportada para a zona de radiação, a matéria é tão pressionada, que leva 100 mil anos aos fotões a emergir na envolvente zona de convecção, ou seja 70% do exterior do centro solar. Cerca de um mês depois os fotões emergem na fotosfera, ou seja, a parte visível do Sol. Dali leva apenas oito minutos a atingir a Terra como luz solar. São deles que nos devemos abrigar o mais possível, especialmente na praia!.(Dados e agradecimento - a National Geographic - edição britânica, junho de 2012)
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