sábado, 27 de outubro de 2012
REMAR CONTRA A MARÉ
Nos jornais diários, e não só, assim como nos telejornais das nossas televisões, abundam os clamores, os protestos, os queixumes contra a atual situação do nosso país, mas principalmente contra o Governo. Claro que as medidas tomadas pelos nossos governantes, principalmente passados, como os presentes, em que o nosso nível de vida, privilégios facilmente assumidos, foram atingidos por uma verdadeira hecatombe, principalmente no insustentável número de desempregados e consequente aumento da pobreza, justificam-no. Porém, entre os clamores, os gritos, mas pior, as malévolas e ofensivas acusações, principalmente aquelas ouvidas nas manifestações de setembro, mas pior ainda, o vaiar aos membros do governo, geralmente orquestrado por setores da nossa sociedade, sem significativa representação político-democrática, são completamente estranhas aquele “povo de brandos costumes” como o nosso País era orgulhosamente chamado. Por muita razão que haja, e que, sem dúvida, há, os protestos carregados de compreensível emocionalismo devem ser vistos e analisados de cabeça fria, e à luz da Razão.
Quando um Governo, finalmente disposto a “arrumar a casa”, invulgar coragem de qualquer político, devido à enorme impopularidade que as suas necessárias medidas acarretam, embora forçado pelos nossos credores externos, de quem uma irregular normalidade depende, procura fazer o seu trabalho corrigindo hábitos que há muito deveriam ter sido combatidos, esse Executivo é incompreendido e atacado. É possível que, no apressar da eficácia dessas medidas, tenha predominado algo ideológico. O maior pecado, porém, reside na ausência da boa e necessária comunicação. Porém, e aqui, quando as notícias ainda são penosas, pode haver compreensível retraimento, o que afeta a boa e desejada comunicação. Afinal, a GRANDE QUESTÃO, que geralmente se ignora, é: POR QUE CHEGÁMOS A ESTA SITUAÇÃO? Como todos deveríamos saber. Numa economia incompetitiva como a nossa, dependente, pelo menos a partir de 1974 (e aqui lembro-me bem de uma conferência de imprensa dada pelo então Presidente General Ramalho Eanes, na nossa embaixada em Londres, quando foi assistir à Assembleia Geral da NATO, em que aproveitou, junto dos influentes dirigentes mundiais que a ela assistiram, nomeadamente o Presidente americano Jimmy Carter, para ajudarem o nosso país nas duas tão necessárias e históricas tranches financeiras), da ajuda externa, embora os preciosos fundos europeus da Estabilidade Económica não fossem devidamente aproveitados na necessária diversificação da nossa economia, qualquer menino ou menina de escola primária, ou qualquer dona de casa sabe bem o que pode suceder. O pior, e não obstante esta situação, foi viver-se, do agravado endividamento – público e privado - principalmente a partir dos anos 80 e 90, no cáustico e praticamente ignorado endividamento, encorajado por uma Banca a abarrotar de petrodólares oriundos, em sua maioria, da Arábia Saudita, facilmente embalados no velho sonho de que, um dia, se viria pagar, se é que se chegou a pensar nisso! A fatura, a inevitável fatura, teria de ser paga, pelo que os nossos credores, finalmente, bateram-nos à porta. E que forte bater, ao ponto de abalar a até aí considerada solidez dos alicerces! Portanto, por que, agora, se berra, lamenta e choraminga, acusando o Governo de ser desumano e autista? É verdade que, não apenas o nosso, mas os de economias mundiais mais fortes, como é o caso do Reino Unido, país que bem conheço, a fazer igualmente face a uma das suas maiores crises financeiras, agravado ao encerramento diário de 20 estabelecimentos por dia, incluindo famosas cadeias comerciais, optaram pelo mais fácil: não atacar, em princípio, o exagerado despesismo estatal e governativo ou a classe rica, mas o pobre e sofredor trabalhador. Porém, ao tentar reformar o que até aqui tinha sido inreformado e preparar o caminho para, finalmente, se viver PELOS NOSSOS PRÓPRIOS MEIOS, este, ou qualquer governo deveria ser compreendido e APOIADO! Afinal se nós, pelo nosso egoísmo, CRIÁMOS esta situação, NÃO DEVEM SER OS NOSSOS FILHOS, a quem deveríamos proporcionar um bom princípio de vida, a PERPETUAR – E PAGAR - A DÍVIDA POR NÓS CRIADA! Por isso, caros concidadãos ACORDAI e, finalmente, MEDITEM, afim de que o sofrimento atual não seja duradoiro!
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