Agora que os preços baixaram, e quando tudo apontava para uma escalada descabrida, recordemos os modestos inícios do chamado “ouro negro”.
As primeirs prospecções devem-se ao “Coronel” E.LK.Drake, em Titusville, Pennsylvania, EUA, em 1859. O então chamado “rock oil”, o óleo das rochas, para o distinguir do sucedânio animal ou vegetal, longe de ser o mais disputado combustível era tido como remédio para a cura de todas as maleitas. Porém, dada a escassês de gordura das baleias que até então era a indispensável obra prima para as candeias de iluminação e descobertas as novas qualidades do viscoso produto, o petróleo deu início à corrida hoje de todos conhecida. A procura, imediatamente deu lugar à multiplicidade de torres de extracção por todos os recantos petrolíferos do que viria a ser um dos mais ricos Estados do país. Porém, a ganância logo deu lugar à superprodução, provocando a vertiginosa queda do preço. Os barris de madeira do uísque, que serviam para o transporte do petróleo eram mais caros no dobro do produto que continham! E, por falar de barris, aqui surge outra história. Embora os barris tivessem deixado de ser usados para o petróleo, que a partir de 1880 é transportado em navios-tanques, com a capacidade de até quatro milhões de barris, ou em oleodutos, que começaram a ser lançados em 1870, e depositado em enormes depósitos nas refinarias, o produto continua a ser medido em “barris”, ou seja, unidades de 160 litros, com a excepção do Japão que se baseia em quilolitros e, a Rússia, em toneladas métricas.
Entretanto, com Henry Ford a lançar em Detroit automóveis das suas linhas de montagem, em 1905, que dependeriam de gasolina, o petróleo tornar-se-ia no combustível até hoje indispensável. Não surpreende que a busca pelo precioso líquido, noutros países, tornar-se-ia imperiosa. A iniciativa, ficou a dever-se a empresários-prospectores britânicos como George Reynolds e William D'Arcy, que se viraram para o deserto da então Pérsia, depois de muitas tentativas e prestes a enfrentar falência, a 26 de Maio de 1908, com o gigantesco esquichar do furo, se tornaram milionários, formando a Anglo-Persian Oil Company, que daria lugar à actual BP. Antes deles, porém, o então jovem de 25 anos de idade, John Rockefeller, fazia nome...e fortuna com a formação da Standard Oil Company que deteria o control, em cerca de 90%, do produto refinado, mas que se viria a dissolver em 1911.
Pouco depois, surgiria o autor da famosa “Linha Vermelha"- Calouste Sarkis Gulbenkian. Quando, com apenas 22 anos, de visita à Transcaucásia, apercebendo-se do enorme potencial do petróleo, 38 anos depois, lançaria o seu famoso traçado. Possuído de enorme fervor pioneiro e lutando contra todas as marés do cepticismo financeiro de então sobre o futuro do que viria a ser "ouro negro", aliado a enormes dotes diplomáticos, a exploração do traçado daria lugar à formação da Trade Petroleum Company, que ajudou a formar. A partir do Mar Negro, a norte, incluindo Istambul, estendendo-se ao sul até ao Mar Arábico, abraçando a Síria, o Iraque, Arábia Saudita, Oman e Muscat, e limitada a ocidente pelo Mar Negro e, a Leste, desde a Rússia, Curdistão, a então Pérsia, excluindo o Quaite, e limitada pelo Golfo Pérsico, o interior deste famoso traçado serviria, igualmente, de cobiça aos Estados Unidos no qual, infalivelmente, viriam a participar. Como resultado, e embora com a participação inicial de 15% dos rendimentos, Calouste Gulbenkian limitou-se a receber perpetuamente 5% dos lucros da extracção do petróleo proveniente do interior da vasta zona, o que também lhe valeu o famoso cognome do "Senhor Cinco Por Cento".
Porém, a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), cartel, formado pelos principais países produtores, de que a Arábia Saudita é a principal, e que passaria a controlar tanto a extracção como o preço do produto, só seria formado, com a forte oposição dos EUA, em 1960.
Com o consumo mundial diário de 85 milhões de barris, o petróleo, em termos de carga, ocupa o terceiro posto ido transporte internacional.
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