Portugal, embora agora com um caso confirmado, foi um dos países que resistiu aos efeitos do surto de gripe, classificada de Gripe dos Suínos, ou H1N1. Embora, segundo os cientistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e os dos Centros de Prevenção e Controlo (sigla americana CDC), em Atlanta (EUA), considerem que o surto da gripe actual, longe de debelado, "manifesta sinais encorajadores", os efeitos da quase pandemia (cujo termo nada tem a ver com a gravidade, mas extensão geográfica), não são tão maus como inicialmente se previa. A julgar pelo aumento de casos deste fim-de-semana, os avisos, não podiam ser mais sérios. uma vez que são desconhecidos tanto a origem como a natureza do virus. Por isso, os cientistas aconselham cautela, particularmente devido à imprevisibilidade das gripes. Embora a H1N1 aparente a ausência de influentes mutações características dos altos índices de mortalidade de outros surtos notórios, pode regressar no próximo Inverno com consequências mais perigosas.
Como se sabe, além do México, onde o surto teve origem a 23 de Abril e onde deixou, agora oficialmente, 45 mortes e 1626 pacientes afectados, o vizinho Estados Unidos da América, também felizmente com apenas dois mortos, mas com 2254 pessoas contagiadas, em 43 Estados, o adjacente Canadá regista a morte de uma senhora e mais 280 casos de pessoas afectadas. Na América do Sul, tanto a Colômbia, com 3 casos e o Brasil com seis, é o cômputo geral das Américas. No Reino Unido, com 39 casos confirmados (35 na Inglaterra - com cinco escolas encerradas apenas por motivos de prevenção- e quatro na Escócia), mas com 426 casos ainda em investigação. Noutros países europeus, a Espanha é o segundo com maior número de casos - 93, seguida da França com 12, Alemanha com 11, e a Itália nove. Além de Portugal, outros países com apenas um caso confirmado são: Irlanda, Holanda, Áustria, Dinamarca, Suécia, Suíça e Polónia.
Noutros países, destacam-se os sete casos de Israel e da Nova Zelândia, seis no Brasil, quatro no Japão e no Panamá, três na Coreia do Sul e dois em El Salvador, um morto na Costa Rica e apenas um caso na Austrália. Na totalidade, até agora, incluindo ainda a europeia Dinamarca, a gripe dos suínos afectou cerca de 4379 pessoas em 29 países.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), atenta a este novo surto, agiu com a rapidez requerida e acompanha atentamente a sua evolução, pelo que avisa que um terço da população mundial pode contrair, no espaço de um ano, a nova forma de gripe e a possibilidade de a nova estirpe se tornar mais virulenta com a evolução da epidemia.
A recente Febre Aviária, oriunda da China, causou compreensível pânico, provocando frescos receios com a corrente eclosão. Porém, seja qual for o nome. Como aponta Keiji Fukuda, da OMS, "não existe um padrão claro sobre surtos de gripe", embora nos possamos preparar, está-se sempre sujeito à mercê dos virus. Quanto ao surto actual, segundo a Associação Americana de Veterinários de Suínos, não houve quaisquer vestígios suspeitos de alerta. O problema, segundo o Dr. Tom Burkgren, citado pela TIME (Maio 18, pág. 17), na ecologia da gripe, como os porcos são facilmente afectados por toda a sorte de gripes - aviária H5N1, SARS e mesmo até HIV - há que prestar-se mais atenção no futuro.
Em relação ao Reino Unido, talvez que o positivo deste novo surto, particularmente em relação à Grã-Bretanha, em que os britânicos não eram muito conhecidos pelo hábito da lavagem das mãos, mesmo nas retretes públicas, com o conselho constante de se lavar as mãos, possam aprender, resultando num hábito permanente.
Medidas de prevenção draconianas
Equanto a Russia, embora com aviso em contrário da OMS sobre carne cozinhada, proíbiu a importação de produtos porcinos da Espanha, a China proibiu vôos aéreos provenientes do México e submeteu 70 passageiros a "isolamento injustificado"..
Historial de morte
Embora os surtos variem, exigindo constantes análises e novas vacinas, a gripe, porém, é de carácter endémico, pelo que continua sem cura. Só no ano passado, no Reino Unido, morreram cerca de 15 mil pessoas, vítimas de gripe comum, portanto que nada teve a ver com o surto actual, aliás menos rigoroso e fatal.
Dentre as tragédias humanas, a febre bubónica, que eclodiu na Europa no século XIV, ceifou 25 milhões de pessoas A cólera, que igualmente atingiu o velho continente em 1830, embora menos fatal, ceifou, igualmente, vastíssimo número de vítimas. Mas qualquer destes grandes males, embora por alguns na época atribuídos à "Ira de Deus", segundo peritos, deram lugar a necessárias e importantes transformações nas sociedades. Se em relação ao primeiro caso, poderá ter contribuído para o fermento da Renascensa; no segundo deu lugar à completa transformação da sanidade e higiena públicas.
Em épocas mais recentes, os surtos principais eclodiram tanto em 1957 como em 1968. Embora surtos não muito severos, provocaram, contudo dois milhões e um milhão de mortes respectivamente. Porém, o surto de gripe, erroneamente chamada de Espanhola, pois nada teve a ver com o país vizinho, foi o pior do século passado, ceifando cerca de 100 milhões de pessoas, ironicamente jovens e pessoas normalmente mais saudáveis, normalmente as mais resistentes.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
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